Foi preso no final da tarde de terça-feira (9/2), o trabalhador rural Edmar Xavier da Silva, de 36 anos, apontado como suspeito de envolvimento no assassinato do policial aposentado Moacyr Ferreira da Silva, de 63 anos, que era lotado em Goiânia (GO), onde morava, e foi morto, na segunda feira, na Fazenda Veredas do Buriti, da qual era proprietário, na zona rural de Buritis, no Noroeste de Minas.
Edmar era caseiro de Moacyr. A prisão dele foi confirmada à reportagem na noite desta terça-feira pelo delegado Edvan Luiz Silva Nogueira, de Unaí (também no Noroeste mineiro), que apura o caso.
O delegado informou que as investigações ainda estão em andamento. Mas que foi identificado um segundo suspeito de envolvimento no crime, um homem contratado pelo policial federal aposentado na sexta-feira (5/2) para consertar uma cerca na propriedade rural onde aconteceu o homicídio.
O segundo suspeito teria fugido em uma Hilux do policial aposentado em direção a Brazlândia, cidade-satélite do Distrito Federal, onde o carro foi incendiado e encontrado em chamas na manhã desta terça-feira. Ele está foragido e sendo procurado pela polícia.
Ainda de acordo com Edvan Nogueira, o caseiro foi preso pela Polícia Militar mineira próximo à comunidade de JK, na zona rural de Formosa (GO). A prisão ocorreu após intensas buscas na região, que envolveram também a Policia Civil de Minas e policiais civis e militares de Goiás. Com Edmar, foram apreendidos uma arma e um caderno de anotações.
O delegado disse ainda que não tem conhecimento se Edmar fez alguma confissão ou revelou outros detalhes do crime. O suspeito será conduzido para a delegacia de Unaí para prestar depoimento.
O corpo do policial federal aposentado foi encontrado dentro de uma grota na Fazenda Veredas do Buriti, situada a 55 quilômetros da sede urbana de Buritis. A propriedade também fica distante 40 quilômetros da divisa de Minas e Goiás, proxima do distrito de Bezerra, município de Formosa (GO).
De acordo com informação da Polícia Civil de Buritis, na quinta-feira (4/02), Moacyr Ferreira da Silva procurou a Polícia Militar da cidade e registrou um boletim de ocorrência, informando que foi vítima de ameaça por parte de Edmar Xavier, que era seu empregado. Conforme o boletim, o policial federal alegou que, na véspera, dispensou Edmar e pediu que ele assinasse o aviso prévio, dando um prazo para que o homem deixasse sua propriedade, o que não foi aceito pelo trabalhador rural.
Ainda de acordo com o boletim de ocorrência, além de dizer que não assinaria o aviso prévio, Edmar declarou que “iria acertar as contas” com ele, o que teria sido entendido pelo policial federal da reserva como ameaça.
Conforme a PM de Buritis, a mulher de Moacyr declarou que na manhã de segunda-feira, Moacyr saiu da sede da fazenda e se deslocou até um ponto da propriedade, para fazer uma cerca, em companhia de um homem. A mulher relatou ainda que o marido foi visto pela última vez por volta das 11h de segunda-feira, quando foi até sua residência para buscar o almoço, dirigindo sua caminhonete Hilux. Depois, não mais retornou.
O corpo do policial federal foi encaminhado para o Instituto Médico-Legal de Unaí.
O delegado disse que as investigações vão prosseguir no sentido de saber qual a verdadeira motivação do crime e identificar e prender o segundo suspeito, que fugiu com a Hilux da vítima até Brazlândia. A polícia investiga se houve outros envolvidos no assassinato. “Por enquanto, temos apenas informações preliminares.”
Ele declarou ainda que poderá pedir o apoio das polícias civis do DF e de Goiás para avançar nas investigações, pois o veículo foi incendiado em Brazlândia, em um ponto muito próximo do município de Águas Lindas de Goiás (GO).