O governo da Sérvia abriu a vacinação contra o coronavírus para moradores de países vizinhos. No sábado (27), milhares de pessoas cruzaram a fronteira para tomar a primeira dose da vacina Oxford/AstraZeneca, um dos imunizantes autorizados no país europeu.
A campanha foi aberta para habitantes da Bósnia-Herzegovina, Montenegro e Macedônia do Norte. São países que pertenceram à antiga Iugoslávia e, principalmente no caso dos bósnios e macedônios, têm relação bastante conflituosa com a Sérvia, que também doou vacinas para esses países.
O governo sérvio justifica a medida pela falta de vacinas nos países vizinhos. A Sérvia, que diversificou a compra de imunizantes — além da Oxford/AstraZeneca, as autoridades incorporaram Pfizer/BioNtech, a russa Sputnik V e a chinesa Sinopharm —, tem um dos maiores índices de vacinação na Europa contra a Covid-19. Mais de 2 milhões já receberam ao menos uma dose, o que representa quase 30% dos 7 milhões de habitantes no país.
Em entrevista à Associated Press, o bósnio Zoran Dedic comemorou ao receber a dose em Belgrado, capital da Sérvia.
“Não faz nenhuma diferença, se é Bósnia ou Sérvia. Isso não importa”, disse.
Por outro lado, críticos do presidente Aleksandar Vucic dizem que o político tem a intenção de aumentar a influência sob os Bálcãs para tentar desfazer a imagem de líder ultranacionalista sérvio. Outros opositores acusaram sem provas a Sérvia de aplicar doses quase vencidas da vacina AstraZeneca, que não poderiam mais ser usadas no país.
Fonte: G1 Mundo