A cidade de Campinas (SP) registrou a morte de 87 pessoas por covid-19 que chegaram a ser imunizadas. Todas as vítimas tinham mais de 68 anos de idade. O Departamento de Vigilância em Saúde avalia duas possíveis situações para os óbitos: as vítimas contraíram o vírus no intervalo entre as doses ou entre duas a três semanas após o reforço com a segunda dose.
Isso porque a imunização só é considerada eficaz depois que o organismo cria os anticorpos ao novo coronavírus, que ocorre em até três semanas após o recebimento da segunda dose.
Por isso, é importante, mesmo após receber as duas doses, continuar com as medidas de segurança contra o vírus, como uso de máscara de proteção, higienização das mãos e distanciamento social.
Dados atestam eficácia da vacina
As mortes não invalidam a vacinação contra a covid-19. O universo de dados mostram que a imunização completa é a única ferramenta capaz de evitar mortes e frear a pandemia.
Dados do Conselho Federal de Medicina (CFM) mostram que a quantidade de óbitos de profissionais da saúde por covid-19 após serem vacinados despencou: uma queda de 83% de janeiro para março deste ano. No primeiro mês do ano, 59 profissionais morreram. Em fevereiro, esse número caiu para 24 e foi de apenas 10 em março.
Enquanto os números de óbitos entre esses trabalhadores caem – os profissionais da saúde foram os primeiros a serem vacinados pelo país –, as mortes entre a população em geral aumentou entre janeiro e março.
Em Pernambuco, por exemplo, foi registrada uma diminuição de 9% de casos confirmados entre os profissionais de saúde, enquanto houve um aumento de 27% no restante da população. Na Bahia, o movimento foi o mesmo: queda de 24,4% contra um aumento de 25,8%.
Poucas vacinas x recordes de mortes
Com o ritmo lento de vacinação e a quantidade de óbitos aumentando diariamente, essas diferenças vão ficando cada vez mais evidentes. De acordo com o último balanço do consórcio de veículos de imprensa, somente 3,49% da população do país recebeu a segunda dose (7.391.544 pessoas), enquanto 23.847.792 pessoas (11,26% da população) receberam apenas a primeira.
Ao mesmo tempo, segundo o Conselho Nacional de Secretários de Saúde (Conass), nesta segunda-feira (12), o Brasil registrou 35.785 novos casos de covid-19, totalizando mais de 13,5 milhões de brasileiros contaminados desde o início da pandemia.
Fonte:Brasil de Fato