A Polícia Civil de Minas Gerais (PCMG) deflagrou, nesta terça-feira (18), a operação Contragolpe, com o objetivo de combater uma organização criminosa especializada em aplicar golpes em idosos. A operação foi deflagrada nas cidades paulistas de Indaiatuba e Salto e contou com a participação de cerca de 25 policiais civis lotados na Delegacia Regional em Poços de Caldas e 30 policiais civis do estado de São Paulo.
As investigações tiveram início há cerca de dois meses e identificaram que a organização criminosa agia em todo o país, incluindo os estados de São Paulo, Mato Grosso, Rio Grande do Sul e diversos municípios mineiros, como Uberlândia, Uberaba, Varginha, Três Corações, Belo Horizonte e Pouso Alegre. Estima-se que, somente na cidade de Poços de Caldas, o prejuízo das vítimas seria de aproximadamente R$ 400 mil.
Resultado
No total, foram cumpridos 11 mandados de busca e apreensão e oito de prisão. Outros três indivíduos já haviam sido detidos em datas anteriores, acusados de integrar a organização.
Além disso, outras duas pessoas foram autuadas em flagrante por tráfico de drogas, após apreensão de um tablete de cerca de 1 quilo de maconha, balanças de precisão, dinheiro e anotações relacionadas ao tráfico.
Durante as buscas, algumas delas realizadas em imóveis de luxo, foram arrecadados aparelhos celulares, notebooks, telefones utilizados nas centrais de onde partiam os telefonemas para as vítimas, cerca de R$ 36 mil, diversos cartões bancários, talões de cheque, máquinas de cartão e diversas anotações relacionadas aos golpes aplicados, inclusive contendo roteiro que era lido para as vítimas durante as ligações.
O delegado Luiz Fernando Dias de Oliveira, titular da Delegacia de Polícia Civil no município de Indaiatuba, destaca que “a operação deflagrada nesta data demonstrou a possibilidade de integração entre as Polícias Judiciárias de diferentes estados da Federação. O trabalho em conjunto apenas fortalece as ações de combate ao crime organizado”. A delegada regional em Poços de Caldas, Maria Cecília Gomes Flora, completa ao destacar que “a colaboração entre as instituições policiais mineira e paulista se mostrou fundamental para o sucesso da operação , vez que este tipo de crime nitidamente extrapola as fronteiras do estado”.
Os golpes
Segundo apurado, os suspeitos efetuavam contato telefônico com as vítimas, passando-se por funcionários de instituição bancária, sob alegação de que os cartões de crédito teriam sido clonados. Na sequência, integrantes do grupo se deslocavam até a residência das vítimas apresentando-se como policiais civis e recolhiam os cartões, com os quais realizavam diversas transações bancárias (saques, empréstimos e compras).
O delegado responsável pelas investigações, Thiago Henrique do Nascimento Moreira, pede para que as vítimas procurem a polícia. “As pessoas que foram vítimas de golpes similares devem procurar a delegacia para registrar ocorrência. É importante ressaltar também que nem as instituições bancárias, nem a Polícia Civil efetuam o recolhimento de cartões bancários em residências”, alerta.
Fonte: ASCOM-PCMG