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Antes do primeiro encontro entre os dois líderes, ocorrido às margens da cúpula da Associação de Nações do Sudeste Asiático (ASEAN), Trump evitou as perguntas dos jornalistas sobre abusos contra os direitos humanos que envolve a polêmica política antidrogas do presidente filipino. Ele disse ter uma “ótima relação” com o país.
De acordo com a CNN, quando os repórteres começaram a questioná-lo sobre o assunto, Trump ignorou as questões e Duterte interveio: “Isto não é um comunicado de imprensa, é uma reunião bilateral. Vocês são os espiões”, disse Duterte à imprensa em tom de piada, o que provocou os risos de Trump.
“O tema dos direitos humanos surgiu brevemente no contexto da luta contra as drogas ilícitas nas Filipinas”, comentou a porta-voz a porta-voz da Casa Branca, Sarah Sanders, sem oferecer mais detalhes.
O comércio e o terrorismo do grupo jihadista Estado Islâmico (EI) que afeta o sul da Filipinas também foram discutidos.
A primeira reunião bilateral entre ambos os presidentes, conhecidos pela personalidade explosiva, havia gerado uma grande expectativa. Várias organizações exigiram que o líder americano recriminasse o filipino pelas violações dos direitos humanos na violenta campanha de combate às drogas.
Política contra drogas
Na primeira fase da “guerra contra as drogas”, que durou sete meses, mais de 7 mil pessoas morreram – sendo que cerca de 4 mil pelas mãos dos agentes de segurança.
A campanha de combate às drogas, que em sua primeira fase concedeu impunidade aos assassinatos de supostos traficantes e viciados, recebeu duras críticas de países e organizações internacionais por violar os direitos humanos da população.
No fim de janeiro, Duterte suspendeu temporariamente a campanha com o objetivo de “limpar” a polícia da corrupção.
Em março, a campanha foi retomada com a promessa de que seria “menos sangrenta”. No entanto, em 10 dias, 28 supostos toxicômanos e narcotraficantes morreram em enfrentamentos com a polícia. Neste período, policiais visitaram 55.087 domicílios e detiveram 1.577 suspeitos.
As vítimas foram mortas pelos agentes após supostamente resistirem à detenção em 979 operações policiais em todo o país desde o começo da operação Double Barrel Reloaded (“Duplo Canhão Recarregado”) – nome da nova fase da campanha, como indicou um relatório da Polícia Nacional, divulgado em 17 de março. (informações do G1)