O presidente do Supremo Tribunal Federal, ministro Luiz Fux, deve se reunir nesta sexta-feira com o procurador-geral da República, Augusto Aras, para tratar da crise com o presidente Jair Bolsonaro (sem partido). A reunião está marcada para começar 12h.
Nessa quinta-feira (5), o ministro Luiz Fux confirmou o cancelamento do encontro que seria feito entre os chefes dos poderes. A reunião havia sido anunciada depois de Jair Bolsonaro, sem apresentar provas, ter feito críticas às urnas eletrônicas e defendido a volta do voto impresso nas eleições do ano que vem.
Fux e Bolsonaro tinham se reunido no dia 12 de julho. Porém, a postura do presidente da República permaneceu a mesma.
No comunicado dessa quinta-feira (5), Fux afirmou que Bolsonaro tem “reiterado ofensas e ataques de inverdades” ao Supremo, em especial aos ministros Luís Roberto Barroso e Alexandre de Mores, e destacou que, quando se atinge um dos integrantes, se atinge a Corte por inteiro.
O ministro também afirmou que o presidente mantém a divulgação de interpretações equivocadas de decisões do plenário. Pela internet, o ministro Alexandre de Moraes afirmou que “ameaças vazias e agressões covardes não afastarão o Supremo Tribunal Federal de exercer, com respeito e serenidade, sua missão constitucional de defesa e manutenção da Democracia e do Estado de Direito”.
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Durante transmissão semanal pela internet, já na noite dessa quinta (5), Bolsonaro afirmou que os ministros do STF “não são os donos do mundo”. Em seguida, defendeu o diálogo entre os Poderes da República e pediu paz e harmonia em vez de ódio. “Até em guerra os adversários conversam”, justificou.
“Ele (Fux) tem razão em muita coisa. Até em guerra os comandantes adversários conversam, até para saber se o outro quer armistício. Da minha parte, conversar com vossa excelência, ministro Fux, está aberto o diálogo, sem problema nenhum”, propôs Bolsonaro. “Meu dever, minha obrigação é trazer felicidade para o povo brasileiro. Não é medir forças entre eu e o Supremo. É fazer, todos nós, uma análise de consciência onde por ventura está errando”, completou.
Após o tom conciliatório, Bolsonaro se alternou com críticas ao presidente do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), ministro Luís Roberto Barroso, a quem se referiu como um “garoto mimado”, por se opor à implementação do voto impresso. ”
Bolsonaro também pediu aos membros do Judiciário exercício de reflexão sobre os próprios “erros” e ressaltou que seus ataques não são direcionados a integrantes específicos da Corte, mas sim às decisões das quais discorda. No entanto, fez críticas com citações nominais.
Fonte: Itatiaia