Em meio a rumores sobre sua deposição, o presidente do Zimbábue, Robert Mugabe, fez uma aparição pública nesta sexta (17), na cerimônia de graduação de uma universidade. A informação foi divulgada por agências de notícias e pela BBC.
Na última quarta, um dia após colocar soldados e tanques nas ruas da capital, Harare, e fechar prédios públicos, uma junta militar insurgente disse estar mantendo Mugabe e sua mulher, Grace, em confinamento na residência oficial, “sãos e salvos”.
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Na quinta, um jornal estatal já havia publicado fotos do presidente em reunião com interlocutores estrangeiros, ministros e militares, inclusive o general que estaria por trás da insurgência em Harare, Constantino Chiwenga. O encontro teria acontecido na State House, indicando o fim do confinamento do chefe de Estado.
Segundo fontes da agência Reuters e do jornal “Times” da África do Sul, Mugabe insiste em permanecer como o único líder legítimo do país e rejeita inclusive a mediação de intermediários da Igreja. “Os militares insistem que o presidente tem que pôr fim ao seu mandato”, indicaram as fontes citadas pelo jornal. “É uma espécie de ponto morto, um beco sem saída”, acrescentaram.
A justificativa dos militares, que evitam usar a palavra “golpe”, é realizar uma operação direcionada a “criminosos” ligados ao presidente.
Mugabe, ainda visto por muitos africanos como um herói da libertação, é repudiado no Ocidente, que o vê como um déspota cujas desastrosas medidas econômicas e disposição para recorrer à violência para se manter no poder destruíram um dos Estados mais promissores da África. (informações da Globo.com)