Nesta quinta-feira (21), completam-se mil dias da tragédia de Brumadinho, na região metropolitana de Belo Horizonte. O rompimento da barragem B1, da mina de Córrego do Feijão, da Vale, causou a morte de 270 pessoas, além de dois bebês no ventre das mães. Oito pessoas seguem desaparecidas.
Presidente da Associação dos Familiares das Vítimas e Atingidos da Tragédia de Brumadinho, Alexandra Gonçalves, pede punição aos responsáveis. “O que nos temos é a falta deles. Dor, tristeza, saudade. E uma sensação de impunidade. Mil dias e as empresas não foram responsabilizadas penalmente e as pessoas responsáveis pelo crime ainda não foram presas”, afirmou.
“Para os familiares, foi crime, pois escolheram matar. Sabiam que a barragem romperia a qualquer momento e não fizeram nada para salvar a vida dos próprios funcionários e comunidade. Precisamos de condenação exemplar e proporcionalmente ao crime cometido. Vivemos um pesadelo diário. Presos nessa tragédia que nos matam e nos consomem a cada dia”, prosseguiu.
A presidente da associação pede a construção de um memorial em homenagem às vítimas. “E que retrate fielmente a barbaridade de um crime jamais visto, com olhar dos familiares”, afirmou. Outro pedido é para que a vale mude a cor dos uniformes.
“Porque muitos familiares não conseguem ver a cor sem lembrar dos entes queridos. Precisamos que a Vale pare de recorrer até a última instância no processo dos familiares”, afirmou.
Os atingidos pela tragédia também questionam decisão do Superior Tribunal de Justiça (STJ) em Brasília, que aceitou federalizar as ações judiciais envolvendo a tragédia. Ou seja, elas deixam a Justiça estadual. “Esperamos celeridade no processo criminal. São mil dias de um crime em que o lucro foi maior que a preocupação com a vida humana”, completou,
O corpo de bombeiros concede entrevista coletiva às 10h desta quinta-feira para apresentar um balanço das ações nesses mil dias.
Fonte: Itatiaia