Pelo segundo dia consecutivo, pacientes que esperavam atendimento em um centro de saúde de Belo Horizonte tiveram os pertences levados por criminosos. Nessa terça-feira (28), por volta das 7h50, um homem apontou uma réplica de arma de fogo na direção de um enfermeiro da unidade Cícero Idelfonso, no bairro Vista Alegre, na região Oeste, e ordenou que ele recolhesse os celulares de todos. A ação, que reforça a insegurança nos postos, teria sido ordenada por um traficante de uma comunidade próxima, que estaria insatisfeito com o atendimento e com a presença da Guarda Municipal.
Para tentar mudar a situação, o Conselho Municipal de Saúde (CMS) cobrou, em outubro, providências como o retorno de porteiros às unidades e a elaboração de um plano de segurança para os locais que preveja, por exemplo, a instalação de câmeras de segurança e a presença mais efetiva da Guarda.
Como resposta, o CMS recebeu um ofício da Secretaria Municipal de Saúde afirmando que o plano de segurança está em elaboração, mas que não há recursos para o retorno dos porteiros. “Quando as unidades de saúde se tornam inseguras, os criminosos focam as ações nesses locais, os profissionais ficam mais vulneráveis, e a ida dos usuários aos centros se torna um calvário”, afirmou o presidente do CMS, Bruno Pedralva.
Por dia, em média duas ocorrências são registradas em postos de saúde da capital. Desde 2016, os porteiros foram demitidos dos centros de saúde. Já os guardas municipais fazem a segurança de 90 dos 153 postos, em dias alternados.
Insatisfação. Ao perceber que militares que faziam patrulhamento de rotina se aproximavam do centro de saúde, Josimar Rodrigues da Silva, 30, fugiu em uma moto, mas acabou caindo no Anel Rodoviário. Ele foi preso com a réplica da arma e 11 celulares e disse aos policiais que o crime foi ordenado por Bruno de Paula, 22, que seria traficante no aglomerado Casinha da Amanda, na região.
“O pessoal do aglomerado estaria insatisfeito com o atendimento no posto, e o Bruninho mandou fazer o roubo para intimidar os funcionários. O Josimar ainda teria dito que voltaria para matar os guardas municipais da unidade”, afirmou o tenente Willians Martins. Uma das vítimas confirma que o assaltante se queixou sobre o atendimento. “Ele mandou todos ficarem de cabeça baixa, reclamou bastante do atendimento e roubou os celulares”, relatou.
Bruninho, que tem passagens por homicídio e tráfico, foi preso em casa.
Presos. Suposto mandante do crime, Bruninho negou as acusações. Para a Polícia Civil, Josimar mudou sua versão e disse que cometeu o crime por dificuldades financeiras.
Serviço foi suspenso após o crime
Conforme a pasta, os centros de saúde têm monitoramento eletrônico de segurança e sensores de presença. A SMSA informou, ainda, que monitora a situação nas unidades em que há relatos de violência e atua para atender as demandas da população e dos trabalhadores. (Informações do jornal O Tempo)