O ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), determinou a conversão da prisão do ex-deputado Roberto Jefferson (PTB) em preventiva pela tentativa de homicídio de policiais federais.
“Conforme já destacado, o preso se utilizou de armamento de alto calibre (fuzil 556), para disparar uma rajada de mais de 50 tiros, além de lançar 3 granadas contra a equipe da Polícia Federal”, escreveu Moraes.
O ex-deputado foi preso em flagrante no último domingo. A prisão preventiva não tem prazo para expirar e Jefferson ficará preso até uma nova definição da Justiça.
“O cenário se revela ainda mais grave pois, conforme constou do auto de apreensão, foram apreendidos mais de 7 mil cartuchos de munição (compatíveis com fuzis e pistolas). Essa conduta, conforme ampla jurisprudência desta Suprema Corte, revela a necessidade de custódia preventiva para garantia da ordem pública”, afirmou Moraes em sua decisão.
Entenda o caso
O ex-deputado Roberto Jefferson cumpria pena em regime domiciliar desde janeiro. Ele é investigado no Supremo no âmbito do inquérito das milicas digitais e reclama não ter tido acesso às denúncias e de ser alvo de uma perseguição por parte de Alexandre de Moraes.
No regime domiciliar ele ficou proibido de manter comunicação exterior, inclusive com proibição de usar as redes sociais, ou receber visitas sem prévia autorização judicial (com exceção de familiares).
No final do mês passado, em um vídeo publicado nas redes sociais de sua filha, a ex-deputada Crisitane Brasil, Jefferson faz vários ataques à ministra Cármen Lúcia. Ele chama a ministra de “prostituta”, “Bruxa de Blair” e faz também críticas ofensivas ao STF.
No domingo (23), após os ataques à Cármen Lúcia, o ministro Alexandre de Moraes emitiu uma ordem de prisão, citando que o ex-deputado estava descumprindo as regras da prisão domiciliar. Quando os agentes chegaram na casa de Jefferson, foram recebidos a tiros.
Jefferson foi então preso em flagrante após se entregar aos policiais e foi indiciado por quatro tentativas de homicídio. O ex-deputado foi transferido para Bangu 8 no mesmo dia, onde permanecerá preso, após determinação da Justiça.
Durante audiência de custódia na terça-feira (25), ele admitiu que deu mais de 50 tiros no para-brisa do carro da Polícia Federal, na tampa do capô e no pneu e que o fez “conscientemente”.
Fonte: Rádio Itatiaia