Em discurso que antecedeu o almoço oferecido ao presidente da Bolívia, Evo Morales, que está em visita oficial ao Brasil, o presidente Michel Temer fez hoje (5) uma defesa da reforma da Previdência. Segundo Temer, há um “terrorismo inadequado” em relação às informações que circulam a respeito das regras propostas na reforma.
Temer disse a Morales que ele visita o Brasil em um momento de “profundas transformações”, quando se dialoga com o Congresso Nacional e com a sociedade a respeito da adequação das regras previdenciárias do país.
Segundo o presidente, o ponto central da reforma da Previdência é estabelecer a idade mínima de aposentadoria de 65 anos para homens e 62 anos para mulheres, mas é preciso esclarecer que essa idade será cumprida somente daqui a 20 anos, garantindo um longo período de transição.
“Ou seja, começa hoje com 55 anos [para homens e 53 para mulheres] e a cada dois anos aumenta um ano, portanto, uma transição extremamente suave para não agredir eventuais desejos e direitos de brasileiros”, disse.
De acordo com o presidente, muitas vezes espalha-se um “terrorismo inadequado” a respeito das regras da reforma. E exemplificou dizendo que aqueles que já adquiriram o direito à aposentadoria não precisam apressar-se para requerê-la. “Eles já têm o direito assegurado. Digo isso porque de vez em quando espalham: ‘vão tomar sua aposentadoria’. É um terrorismo inadequado”. Temer disse ainda que a essência da reforma é “combater privilégios”.
O governo federal começou a veicular propagandas sobre a reforma da Previdência que chegaram a ser suspensas pela Justiça. A Advocacia-Geral da União recorreu e conseguiu decisão favorável ao retorno da exibição das peças publicitárias.
Otimismo sobre a votação
Após o almoço, Temer voltou a se manifestar sobre a reforma da Previdência e se mostrou confiante em relação ao seu avanço no Congresso. Para ele, a sociedade está começando a compreender o significado e a importância da reforma.
“Estou muito otimista por várias razões. Primeiro, porque a imprensa está apoiando. Segundo, porque houve a compreensão do que é a reforma da Previdência. Terceiro, porque a sociedade já está admitindo e tendo a absoluta convicção de que é indispensável. E porque eu sinto uma sensibilização muito maior com os nossos deputados e senadores”, afirmou.
O texto da reforma da Previdência enviado pelo Executivo ao Congresso Nacional aguarda votação no plenário da Câmara dos Deputados. O presidente Temer e ministros têm articulado com deputados da base a apoio do governo pela aprovação da reforma.
Temer ainda sinalizou que a reforma vai a voto na Câmara quando o governo conseguir os 308 votos necessários para a aprovação. Ele acredita que será ainda esse ano. “Acho que vai ser agora, pelo que estou sentindo”, disse o presidente.
Ainda durante o evento no Itamaraty, Temer explicou que a aprovação da reforma poderá oxigenar os cofres do país e, com isso, o governo poderia dar liberar mais R$ 3 bilhões para os municípios. “Neste ano estamos entregando R$ 2 bilhões e agora estamos dizendo: se a [reforma da] Previdência for aprovada, evidentemente a economia dará um novo salto, porque salto ela já deu. E com esse novo salto podemos prestigiar mais ainda os municípios. Já falamos isso aos deputados e senadores para articular suas bases”. (Da Agência Brasil)