Unidade de Conservação é uma das mais importantes e visitadas do estado.
Quando foi criado, em 1973, o Parque Estadual do Ibitipoca tinha como objetivo a preservação do patrimônio ambiental e a promoção do turismo ecológico. De lá para cá, a vocação só se fortaleceu: atualmente, são cerca de 90 mil visitantes por ano, com limite de mil por dia.
Não por acaso, a comemoração do cinquentenário da Unidade de Conservação mais visitada de Minas Gerais contou com autoridades estaduais e municipais, e integrantes das comunidades locais que reforçaram a importância do parque para o meio ambiente, turismo e a cultura de região e de todo o estado, nesta terça-feira (4/7), em solenidade promovida pelo Instituto Estadual de Florestas (IEF).
A tarde foi marcada tanto pela emoção e reconhecimento às pessoas que estão na história do parque, desde sua inauguração, quanto pelas perspectivas de melhorias em torno da Unidade de Conservação.
A gerência do parque presenteou a comunidade com um bolo de cinco metros que reproduziu as principais atrações turísticas do local. Além disso, 50 pessoas que fazem parte da história do Ibitipoca foram homenageadas com a entrega de caricaturas produzidas pelo artista mineiro Mário Tarcitano. Entre os nomes celebrados, estão desde ex-gestores da unidade até brigadistas e voluntários que auxiliam na conservação do local.
“Esse lugar é uma grande referência para o estado de Minas Gerais. A comunidade no entorno abraça essa Unidade de Conservação e trabalha junto com o IEF desde o início para a consolidação e gestão do parque. Nesses 50 anos, a gente tem muito o que comemorar”, destacou a secretária de Estado de Meio Ambiente e Desenvolvimento Sustentável (Semad), Marília Melo.
Gerente da unidade, Clarice Silva atribui o sucesso ao trabalho para manter a estrutura do local e o cuidado com os atrativos naturais. “É um parque que tem um tamanho relativamente pequeno, mas concentração enorme de belezas. O IEF, ao longo desses 50 anos, trabalha com muita dedicação e carinho junto de seus parceiros e comunidades locais para conservar esse paraíso ecológico”, avalia.
Dedicação
Vitória Medeiros, de 54 anos, é atualmente a guia ambiental mais antiga do parque. Ela conta que fez o primeiro curso de condutor ambiental disponibilizado no Ibitipoca em 1994. “Eu vim pra cá cortar cabelo, que era o que eu sabia fazer. Mas na primeira oportunidade fiz o curso e hoje em dia vivo disso. Tenho a minha casinha lá no alto, no pôr-do-sol, com o dinheiro que ganhei trabalhando aqui”, conta.
Com visão apurada de uma experiente guia ambiental, ela deixa um recado para os visitantes. “Gostaria que essas pessoas que só vêm querendo tirar fotos para as redes sociais olhassem mais para o aqui e o agora do nosso parque. Nós temos cactos que dão flores à noite, temos as canelas-de ema, as candeias. Que as pessoas venham para cá aprender, valorizar e, depois, repassar a mensagem”, recomenda.
Waltenbergue Sales, de 71 anos, conta que estava presente no dia da inauguração do parque, em 1973, mas que já visitava o local desde a infância. “A gente frequentava aqui porque tínhamos o hábito de colher macela para fazer travesseiros. Eu vinha com minha avó, minha mãe e minhas tias. Nessa época, o local ainda era bem primitivo, não tinha nem visitação turística. Participei das primeiras matérias jornalísticas que acabaram sendo um grande atrativo para ampliar o número de turistas aqui”, relembra.
Rede de parceiros
Durante o evento, o chefe do Departamento Estadual de Investigação de Crimes contra o Meio Ambiente da Polícia Civil, delegado-geral Bruno Tasca, destacou a parceria da corporação junto ao IEF, Polícia Militar de Meio Ambiente, Corpo de Bombeiros e Defesa Civil Estadual. “Ninguém faz nada sozinho. A Semad e o IEF não têm medido esforços para atuar junto à Polícia Civil e outras instituições. O que funciona é a rede, que tem que estar bem alinhada”, avalia.
O subsecretário de Turismo de Minas Gerais, Sérgio de Paula, disse que somente com a união e formatação de uma rede é que se consegue, efetivamente e de forma consciente e sustentável ter uma utilização correta dos equipamentos que são ao mesmo tempo turísticos e de proteção.
Concessão
O Parque Estadual do Ibitipoca foi uma das primeiras unidades de conservação mineiras a ter o processo de concessão concluído. A empresa Parques Fundo de Investimento em Participações em Infraestrutura, representada pela corretora Fram Capital, é a concessionária que, durante 30 anos, será responsável pelo gerenciamento do uso de atividades de ecoturismo e visitação, além dos serviços de gestão, operação e manutenção dos atrativos no parque.
A concessionária também fará a requalificação, modernização e reforma de infraestrutura, abrangendo centro de visitantes, quiosques, mirantes e restaurantes.
“No ano passado concluímos a concessão da área de visitação pública dessa unidade, o que dará para todos os turistas e comunidades no entorno um grande ganho do ponto de vista de infraestrutura e prestação de serviços turísticos”, finaliza a secretária Marília Melo.
O contrato foi assinado em maio deste ano e atualmente está em processo de transição para início das operações da concessionária neste segundo semestre.
Importante destacar que ainda caberá ao IEF a gestão administrativa da unidade, mantendo a responsabilidade pelas ações de conservação ambiental, fomento a pesquisas, educação ambiental, prevenção e combate aos incêndios, além da gestão do contrato de concessão, monitoramento e fiscalização do desempenho do parceiro privado.
Além da secretária Marília Melo participaram da solenidade o subsecretário de Turismo de Minas Gerais, Sérgio de Paula; o chefe do Departamento Estadual de Investigação de Crimes contra o Meio Ambiente da Polícia Civil, delegado-geral Bruno Tasca; a prefeita de Lima Duarte, Elenice Delgado; o prefeito de Bias Fortes, Fabrício José da Fonseca Almeida; e o prefeito de Santa Rita de Ibitipoca, Leandro Eduardo Fonseca Paula. O diretor de Unidades de Conservação do IEF, Breno Lasmar, também participou da solenidade, representando a diretoria-geral do órgão.