Cifra foi divulgada pela mineradora em comunicado relevante ao mercado.
A reparação a ser paga pela Vale devido ao rompimento da barragem da Samarco em Mariana, em 2015, chegará a R$ 170 bilhões. A cifra foi admitida pela própria mineradora, em comunicado de fato relevante ao mercado, nesta sexta-feira (18/10).
O acordo definitivo para reparação está perto de ser fechado e envolve, além da Vale, a Samarco, a BHP Billiton Brasil, os governos Federal, de Minas Gerais e do Espírito Santo, os Ministérios Públicos Federal e Estaduais e Defensorias Públicas. As negociações estão em curso.
No comunicado ao mercado – assinado por Murilo Muller, vice-presidente Executivo de Finanças e Relações com Investidores -, a Vale detalhou que o montante calculado para a reparação inclui valores já gastos e obrigações futuras para atender as pessoas, as comunidades e o meio ambiente impactados pelo rompimento da barragem, há quase nove anos. Na ocasião, 39 milhões de metros cúbicos de rejeitos escoaram pela Bacia do Rio Doce. Dezenove pessoas morreram e houve impactos às populações de dezenas de municípios até a foz no Espírito Santo.
Segundo a mineradora, dos R$ 170 bilhões, R$ 100 bilhões serão pagos em parcelas ao longo de 20 anos ao governo Federal, de Minas e do Espírito Santo e aos municípios, para financiar programas e ações compensatórias vinculadas a políticas públicas. Outros R$ 32 bilhões referem-se a obrigações de execução da Samarco, incluindo iniciativas de indenização individual, reassentamento e recuperação ambiental, e R$ 38 bilhões correspondem a valores já investidos em medidas de remediação e compensação.
“Os termos gerais em discussão visam termos justos e eficazes para uma resolução mutuamente benéfica para todas as partes (…), ao mesmo tempo que criam definição e segurança jurídica para as companhias”, alega a Vale no documento.
Segundo a companhia, os termos gerais em discussão “podem abrir caminho para a solução definitiva de todas as controvérsias constantes das ações civis públicas e demais processos movidos pelos poderes públicos brasileiros signatários, relativos ao rompimento da barragem Fundão, da Samarco, ao mesmo tempo em que definem medidas para reparar integralmente todos os danos socioambientais e todos os danos socioeconômicos coletivos e difusos decorrentes da ruptura. Espera-se também que o Acordo Definitivo traga alternativas de caráter voluntário para indenizações individuais”.