Após a publicação de uma matéria jornalística, na última semana de novembro, a respeito de uma criança itabirana de 6 anos, que buscava ajuda financeira para se tratar contra um linfoma de Hodgkin, a Secretaria Municipal de Saúde realizou diversas buscas em seus sistemas internos, para identificar a situação da garota mencionada. No entanto, não encontrou nenhum registro da menina citada, em nenhuma das unidades de atendimento do município.
A reportagem também cita que o pai da menina, deixou de receber o benefício do Bolsa Família e que tenta, por meio de uma ação judicial, conseguir o tratamento da garota. De novo, a Prefeitura de Itabira não encontrou nenhum registro do homem mencionado, nos sistemas da Secretaria Municipal de Assistência Social e nenhum processo que tenha o nome do personagem da matéria.
Itabira é referência regional em tratamento oncológico, para uma população de cerca de 500 mil pessoas. Anualmente, são agendas 1,2 mil consultas iniciais nas diversas especialidades. Casos como o de linfoma de Hodgkin são acolhidos pelo Sistema Único de Saúde (SUS) e há acompanhamento pela rede pública. Hoje, o município oferece os serviços de consultas, exames e procedimentos nas áreas de cirurgia geral, mastologia, urologia, ginecologia, pele/plástica, oncologia clínica e quimioterapia. Em breve, será inaugurada a radioterapia, que fará de Itabira um Centro de Assistência de Alta Complexidade em Oncologia (Cacon).
Com a chegada da radioterapia, almeja-se a ampliação de pacientes com acesso a este tratamento. Fatores como o deslocamento até Belo Horizonte e as despesas com transporte e alimentação serão superados com o tratamento no próprio município.
Ainda sobre o caso citado na reportagem, servidores da Secretaria Municipal de Saúde, tentaram contato com o homem mencionado por meio dos telefones disponibilizados para receber doações, mas sem sucesso. Um dos números, inclusive, tem o DDD 071, do estado da Bahia. Os telefones chamam diversas vezes, mas ninguém atende.
Diante do cenário apresentado e da completa falta de informações sobre a paciente mencionada, a Secretaria Municipal de Saúde recomenda cautela antes de divulgações desse tipo. Infelizmente, não são raros no Brasil casos de golpes para arrecadação financeira tendo como pano de fundo uma suposta enfermidade. O município se coloca à disposição de veículos de imprensa para confirmação de informações quando necessário, desde que dentro da legalidade e em atendimento às exigências de proteção de dados, a fim de evitar novas situações que possam gerar questionamentos ou desconfianças.