O desafio do Sada Cruzeiro na semifinal do Campeonato Mundial, contra o Zenit Kazan (RUS), era do tamanho do seu adversário e das suas pretensões na competição que acontece na Polônia. Diante de um adversário com 100% de aproveitamento na competição, os celestes não se esqueciam do retrospecto a seu favor, com três vitórias em quatro confrontos diante de Leon e cia. Após a derrota na estreia, os azuis se encontraram no Mundial com duas vitórias seguidas, chegando para o jogo mais importante após um importante crescimento. Seria necessário manter a evolução para conseguir incomodando o atual tricampeão europeu.
Para encurtar o caminho azul rumo à vitória, o fato de já conhecer o adversário, que manteve o mesmo time dos últimos anos, facilitando o estudo e o conhecimento dos atalhos a serem percorridos rumo à quinta final de Mundial. Ter sido superado pelos azuis nos duelos que foram realizados no Brasil serviram de combustível para o Zenit. Em entrevistas dias antes da semifinal, o técnico Vladimir Alekno admitiu que não via a hora deste momento chegar, sedento pela revanche. A vitória por 3 a 0 (25/23, 25/19 e 25/18) fará com que o Cruzeiro busque agora a medalha de bronze neste domingo.
A motivação extra foi comprovada com uma atuação de alto nível do Zenit na Tauron Arena, tendo no cubano Leon seu principal destaque. O jogador, que possui nacionalidade polonesa, dificilmente foi encontrado pelo bloqueio celeste, sendo o maior pontuador da partida com 20 anotações. Somente no primeiro set, foram 10 pontos, comandando o time do leste europeu rumo à decisão. Para completar a atuação de gala, que anulou as principais forças do Sada, a defesa russa jogava tudo pra cima, exigindo paciência e precisão dos brasileiros, que não estiveram nos seus melhores dias. Leal e Evandro tiveram muitas dificuldades nas viradas de bola, tendo pela frente um bloqueio bem postado e eficiente. Na sua terceira final, o Zenit vai encarar o vencedor de Belchatow (POL) e Lube Civitanova (ITA) em busca de uma inédita taça.
Pra variar, os russos vieram com o tradicional peso no saque e bloqueio, sempre imponentes e incômodos. A recepção cruzeirense conseguia jogar a bola pra cima para deixar a responsabilidade de virada de bola com os atacantes, que correspondiam no começo do jogo. A troca de pontos foi constante até o segundo tempo técnico, quando o Zenit abriu um 17 a 14 contando com seus bloqueios dando trabalho para a parte ofensiva dos brasileiros.
Para deixar a missão mineira mais complicada, o passe foi quebrado diversas vezes, comprometendo as viradas de bola, gerando contra-ataques que eram bem aproveitados pelos europeus.
Com o saque azul sem a sequência necessária, os russos conseguiram abrir pequena diferença, tendo na precisão dos ataques de Leon a melhor forma para manter a vantagem. O ponteiro correspondia aos vários chamados do levantador Butko para deixar o Zenit na frente. Sem desistir, o time do técnico Marcelo Mendez seguiu correndo atrás e conseguiu fazer um 21 a 17 virar 21 a 20 em momento crucial da parcial, antes do empate nos 23 pontos. Foi em erro de ataque de Evandro que o Zenit saiu na frente, premiando a equipe que errou menos na parcial de abertura.
No segundo set, os russos seguiram pressionando, conseguindo abrir margem de cinco pontos para dar mais trabalho para os sul-americanos. A sequência reservou uma diferença ainda maior para o Zenit, que confirmou o 2 a 0 logo depois, impulsionados por um saque que entrou a todo momento.
Precisando buscar uma mudança, o técnico Marcelo Mendez substituiu o levantador Nico Uriarte por Fernando Cachopa. A alteração surtiu pouco efeito, com o saque russo entrando e Leon estando impossível no fundo e na rede. Sem conseguir uma boa eficiência nos ataques, o Sada se tornou presa fácil no final, precisando se contentar em reconhecer os feitos de um time que jogou melhor e fez por onde brigar pelo status de mais novo melhor do mundo. (Informações do O Tempo)