Empossado como novo presidente do Conselho Deliberativo do Cruzeiro, Zezé Perrella não poupou críticas à gestão do agora ex-presidente Gilvan de Pinho Tavares. Durante a cerimônia de posse dos novos integrantes da diretoria e do conselho, o dirigente se mostrou preocupado com o suposto crescimento da dívida do clube que, segundo suspeita, pode chegar em torno de R$ 400 milhões.
Zezé Perrella afirmou que as informações foram obtidas inicialmente, mas ele terá que levantar melhor os números por meio de uma auditoria independente.
“Segundo informações que tenho, ainda temos que apurar, a dívida gira em torno de R$ 400 milhões. Eu deixei o clube [no fim de 2011] com R$ 100 milhões de dívidas, tudo no Refis, que custava pouco mais de R$ 150 mil por mês ao Cruzeiro. Essa dívida de R$ 220 milhões só no Profut parece que ele [Gilvan] não reconhece como dívida, mas isso custa mais de R$ 1 milhão por mês, só de prestação, aos cofres do clube”, argumentou.
Além de citar o que pode ser os números totais da dívida do Cruzeiro, Zezé Perrella acusou Gilvan de não ter recolhido impostos durante os dois mandatos (2012 a 2017). O novo presidente do Conselho celeste ainda sugeriu que a montagem do time bicampeão brasileiro 2013/2014 se deu graças aos altos gastos no futebol sem a preocupação com o crescimento das dívidas.
“A primeira coisa que devemos fazer é deixar claro para o torcedor do Cruzeiro a real situação financeira do clube. O presidente que está saindo disse que o Cruzeiro deve R$ 28 milhões. Só no Refis, que é o Profut, são R$ 220 milhões. Ele [Gilvan] deixou de recolher R$ 150 milhões de impostos em seis anos. Nós sabemos a que preço foi ganhar os campeonatos nesses últimos anos”, apontou.
Planejando o futuro, Zezé Perrella previu que o atual presidente Wagner Pires de Sá, que também tomou posse nesta segunda-feira, terá dificuldades para administrar o Cruzeiro.
“A situação não é cômoda, o Wagner terá muita dificuldade. Mas uma coisa é certa, o torcedor e os conselheiros do Cruzeiro saberão a real situação do clube. Não estou criticando a gestão do Gilvan, não estou falando de lisura, estou falando de governança. Acho que o Cruzeiro precisa de reajustes, e o Wagner terá dificuldades para colocar as coisas no trilho. Não se tem sucesso se as contas não estiverem equilibradas. Infelizmente, hoje o Cruzeiro não tem no mercado a credibilidade que tinha”, finalizou.
Rádio Itatiaia