Policiais civis, delegados, e advogados foram presos durante uma megaoperação desencadeada nesta terça-feira pelo Ministério Público de Minas Gerais (MPMG), por meio do Grupo de Atuação Especial contra o Crime Organizado (Gaeco) regional Uberlândia, no Triângulo Mineiro. Os envolvidos são suspeitos de mais de 15 crimes.
A operação Fênix foi realizada em 12 cidades de Minas Gerais, Paraná e Mato Grosso. Também participaram da ação unidades do Gaeco de Patos de Minas, Pouso Alegre e Uberaba.
Foram cumpridos 200 mandados de prisão preventiva contra 136 pessoas, algumas delas com registro de mais de um mandado,121 de busca e apreensão e quatro mandados de condução coercitiva em Uberlândia, Uberaba, Araguari, Patos de Minas, Patrocínio, Monte Alegre de Minas, Passos, Pouso Alegre, Araxá e Belo Horizonte, além de Cascavel (PR) e Cuiabá (MT).
Entre as 136 pessoas com prisões preventivas decretadas estão 10 delegados de Polícia Civil, sendo três chefes de departamento e uma delegada regional, dois escrivães, 45 investigadores e sete advogados. As Delegacias Regionais de Polícia Civil de Uberlândia e Araguari foram alvo de buscas com o apoio da Receita Estadual de Minas Gerais.
De acordo com o Gaeco, a operação Fênix compreende três operações distintas: Alibabá, Ouroboros e Efésios. A primeira é decorrente de uma outra ação realizada em 2015, e investiga associação para o tráfico de drogas, tráfico ilícito de entorpecentes, associação criminosa, obstrução de justiça, receptação, adulteração de sinal identificador de veículo automotor, fraude processual, corrupção passiva, corrupção ativa.
A operação Ouroboros resultou no oferecimento de sete denúncias de roubo agravado (emprego de arma, concurso de pessoas e restrição da liberdade das vítimas), organização criminosa, associação para o tráfico de drogas, tráfico ilícito de entorpecentes, falsidade ideológica e porte e comércio ilegais de armas de fogo.
Já a operação Efésios ocorreu após acordos de colaboração premiada firmados pelo Gaeco de Uberlândia. Ao todo, são 19 denúncias de organização criminosa, associação criminosa, corrupção ativa, corrupção passiva, tráfico ilícito de entorpecentes, porte e posse ilegal de arma de fogo, falsidade Ideológica, estelionato, receptação qualificada, falso testemunho e prevaricação.
Na operação Fênix foram oferecidas 29 denúncias, duas cautelares de requerimento de decretação de prisões preventivas e três cautelares de requerimentos diversos (busca e apreensão e conduções coercitivas). Participaram da ação sete promotores de Justiça, três auditores da Receita Estadual, 500 policiais militares e 150 policiais rodoviários federais, tendo sido utilizadas duas aeronaves e 150 viaturas.
Por meio de nota, a Polícia Civil de Minas Gerais informou que a Corregedoria-Geral da corporação participou e continua apoiando as investigações. “A PCMG lamenta o acontecido e ressalta que não compactua com desvios de conduta funcional, determinando que os envolvidos fossem exonerados dos seus cargos de confiança. A Chefia de Polícia determinou, ainda, que o Órgão Corregedor da PCMG instaure Processos Administrativas para apuração dos fatos, respeitando sempre os princípios constitucionais vigentes”, finalizou.