Os preços dos produtos dos supermercados deixaram os brasileiros mais animados com as compras natalinas. Com itens mais baratos, os estabelecimentos estão ganhando clientes e segurando a inflação.
“Foi uma conjuntura de aspectos que fizeram os produtos brasileiros ficarem mais em conta para o bolso do consumidor”, explicou o economista e pesquisador de macroeconomia do Instituto Brasileiro de Economia (Ibre) Carlos Thadeu Filho.
“Preços internacionais favoráveis, ausência de estoques primários, menor variação cambial e uma demanda mais fraca do consumo fizeram com que os comerciantes baixassem os preços”, enumerou.
Para a artesã Maria Divina, de 63 anos, os preços atuais, comparados aos do começo do ano, deram um alívio para o orçamento da família. “Sentimos a queda. Isso é bom, porque nos permite comprar outros produtos, principalmente nesta época de festas de fim de ano”, contou.
A dona de casa Maria José Vieira, 59, também está contente com o alívio no bolso. “Antes eu deixava muita coisa da minha lista de fora. Algumas mercadorias estavam sempre muito caras em todos os mercados em que eu pesquisava”, disse.
“Hoje em dia, voltei a consumi-las. Mas, claro, sempre de acordo com o orçamento para as compras. Não dá para pegar tudo que estiver nas gôndolas, nem em épocas de preços mais acessíveis”, acrescentou.
Segundo Thadeu Filho, a projeção é de que os valores dos produtos se mantenham estáveis em 2018, acompanhando a tendência do segundo semestre deste ano. “O consumo das famílias deve subir no próximo ano, o que pode levar a uma leve alta dos preços, em torno de 1,5%”, explicou. “Mas essa percentagem está na margem do esperado”, afirmou.
Apesar do otimismo dos consumidores em relação à queda de preços e da expectativa de um cenário similar no ano que vem, alguns itens registraram aumento em comparação com os apurados na semana passada.
Segundo pesquisa realizada pelo Correio, produtos como leite, arroz e maçã tiveram alta. Enquanto a fruta está 75% mais cara, os valores do leite e do arroz subiram 20% e 15%, respectivamente.