Apenas cinco dos 53 deputados federais mineiros em exercício estiveram presentes em todas as sessões deliberativas, para os quais recebem o salário de R$ 33.763. Os que registraram 100% de assiduidade foram: Edson Moreira (PR), Lincoln Portela (PRB), Renato Andrade (PP), Tenente Lúcio (PSB) e Weliton Prado (PROS).
Por outro lado, outros dez parlamentares faltaram a mais de 20% das reuniões para a votação de projetos de interesse da sociedade brasileira. De acordo com a Câmara dos Deputados, o campeão de ausências é o tucano Bonifácio de Andrada. O político mineiro que relatou a segunda denúncia da Procuradoria Geral da República (PGR) contra o presidente Michel Temer e isentou o peemedebista, faltou a 47,1% das sessões deliberativas realizadas no ano.
Parte das ausências do parlamentar do PSDB foi formalmente justificada na Casa. Ainda assim, em 19,3% dos casos, o parlamentar deixou as ausências sem explicações oficiais.
Segundo ato da Mesa Diretora de 2010, são aceitas como justificativas para faltas licenças para tratamento de saúde, internação em instituição hospitalar, doença grave ou falecimento de parente até segundo grau, participação em missão oficial autorizada pela Câmara ou “atendimento de obrigação político-partidária”.
Na lista dos dez deputados que faltaram a mais de 20% das sessões estão ainda: Fábio Ramalho (PMDB), Renzo Braz (PP), Misael Varella (DEM), Diego Andrade (PSD), Marcos Montes (PSD), Eros Biondini (PROS), Brunny (PR), Marcelo Aro (PHS) e Newton Cardoso Jr. (PMDB) (Veja os índices de ausência de cada um dos parlamentares no infográfico ao lado).
Alguns desses campeões de faltas, no entanto, justificaram suas faltas. Nos casos de Fábio Ramalho, Eros Biondini e Marcos Montes, nenhuma ausência ficou sem resposta à Casa.
Se forem consideradas apenas as faltas sem justificativa, o ranking dos mais ausentes sofre alterações. Neste caso, os deputados menos assíduos são, pela ordem: Renzo Braz, Bonifácio de Andrada, Brunny, Diego Andrade e Marcelo Aro.
Além dos cinco parlamentares que compareceram a todas as 119 sessões deliberativas realizadas no ano, outros cinco terminaram 2017 sem nenhuma falta sem justificação. Os três já citados acima – Ramalho, Biondini e Montes – além de Carlos Melles (DEM) e Gabriel Guimarães (PT).
De acordo com a regra em vigor na Câmara, cada falta leva ao desconto de uma diária do salário dos deputados. Eles têm até 30 dias para apresentar uma justificativa que, se for aceita, garante a devolução dos recursos descontados. Caso o deputado não compareça a um terço das sessões ordinárias e as faltas não sejam abonadas, ele pode até mesmo perder o mandato.
Luzia Ferreira
Fora. A suplente Luzia Ferreira ocupou o lugar do deputado Mário Heringer entre os meses de abril e agosto. Neste período, compareceu a 97,4%. Sua única ausência foi justificada.
Faltas em comissões chegam a 70%
Se no plenário, quando o ponto é descontado dos que se ausentam sem justificativa a assiduidade não é garantida, o que dirá das comissões da Casa, que não possuem punições para o não comparecimento. Por causa disso, há deputados que chegam a faltar a mais de 70% das reuniões dos grupos de que fazem parte. É o caso de Stefano Aguiar (PSD) e de Paulo Abi-Ackel (PSDB). Enquanto o primeiro foi a apenas 28,6% das reuniões de comissões, o segundo compareceu a 29,4%.
Em termos percentuais, a campeã de ausências é outra: Brunny (PR), mas por um motivo peculiar. Apenas uma reunião foi realizada no período em que ela fazia parte de uma comissão que luta pelo direito das mulheres. Como ela não compareceu, acabou ficando com 100% de ausências no registro da Câmara dos Deputados.
Completam a lista dos deputados que faltaram a mais da metade das reuniões de comissões os deputados Gabriel Guimarães (PT), que só compareceu a 32,9% dos encontros, Bonifácio Andrada (PSDB), que faltou a 41,4% e Marcelo Aro (PHS), que não apareceu em 43,7% dos debates.
Nenhum parlamentar mineiro compareceu a todas as reuniões de comissões.
Bonifácio de Andrada cita problema de saúde
Mais faltoso entre os parlamentares mineiros, o tucano Bonifácio de Andrada apontou problemas de saúde para justificar as ausências. Ele contou que depois da relatoria da denúncia contra presidente Michel Temer, se submeteu a uma cirurgia no coração. Segundo ele, o esforço físico para um parlamentar que já tem 86 anos acabou pesando. Ainda assim, afirmou que “está se sentindo super bem e com todo gás para 2018.”
Brunny disse que algumas faltas foram motivadas por compromissos pessoais ou problemas de saúde, sem que tenha ido ao médico para obter um atestado. Fabio Ramalho, Renzo Braz e Stefano Aguiar não atenderam as ligações.
OTempo