O momento das equipes fazia com que a previsão do confronto fosse mais cautelosa do que a tradição das camisas. Mas o Atlético fez a melhor apresentação da temporada contra o até então invicto Botafogo-PB e, numa bela apresentação com vitória de 4 a 0, garantiu classificação na Copa do Brasil.
No Estádio Almeidão, em jogo único pela segunda fase, o segundo tempo do Galo foi de luxo. Depois de abrir o placar com Róger Guedes, viu Cazares e Otero tomarem conta, com a ajuda de Luan e Ricardo Oliveira, fizeram mais três gols. O time comandado pelo interino Thiago Larghi deu aula de contra-ataque, com troca de passes rápidas e eficientes.
Na próxima fase, o Galo irá enfrentar o Figueirense em jogos de ida e volta, mas sem o gol qualificado fora de casa. O Atlético irá jogar primeiro em Santa Catarina, e decide a vida em casa, em Belo Horizonte.
GALO NINJA
Mantendo uma postura mais reativa que demonstrou no clássico diante do América, o Atlético, com o uniforme todo preto, tentava fechar os espaços na defesa para explorar o contra-ataque deixado pelo Botafogo-PB.
Muito bem na Copa Nordeste, onde lidera o grupo, o “Belo” viu o estádio Almeidão com ótimo público, e começou o jogo com ousadia, arriscando ataques no início da partida. Mas a diferença de qualidade técnica era visível, mesmo com o Botafogo invicto no ano.
Por outro lado, o Galo não se destacava pela criação de jogadas. Tanto que demorou cerca de 15 minutos até conseguir o primeiro bom ataque. Em boa jogada de Elias, Erik recebeu do volante, que lançou Roger Guedes nas costas da zaga. O camisa 23 tomou a decisão errada de driblar, já que poderia ter chutado ou devolvido para Erik, e perdeu a bola.
O Botafogo não assustava tanto Victor, a não ser em jogada aérea, principalmente em cobranças de falta. Mas logo o time da casa perderia um dos seus destaques. O atacante Dico, com três gols nos últimos dois jogos, foi substituído por Marllon.
Então, o Galo cresceu na partida e passou a marcar no campo do Botafogo. Numa roubada de bola no ataque, Ricardo Oliveira recebeu, conseguiu manter a posse de bola diante do cerco da marcação, e rolou para Otero. O venezuelano cruzou forte com a canhota, e Róger Guedes veio voando para cabeçear forte, estufando as redes.
ESPAÇOS, E BELOS GOLS
O segundo tempo do Atlético não foi tão positivo, ao menos no começo. Mas logo de cara, na etapa final, o Galo quase ampliou na violência do chute de Otero. Em boa jogada de Erik, que arrancou e lançou o venezuelano nas costas da defesa, o Galo chegou ao ataque, mas Otero chutou, de canhota, para fora, passando rente à trave.
O Botafogo, então, faria um ataque perigoso, quando o centroavante Nando recebeu na entrada da área pela direita e obrigou Victor a espalmar para escanteio. Foi quando o Belo teve uma sequência de tiros de canto, mas nada grave para a defesa do Galo.
Thiago Larghi, então, renovou o fôlego do Galo com a entrada de Cazares no lugar de Erik. E como aconteceu diante do América com Tomás Andrade, o recém chegado ao jogo logo apareceu. Otero tocou para Elias, que de primeira serviu Cazares, livre de marcação. O camisa 10 podia ter chutado ao ver o goleiro Edson à frente. Mas tirou o arqueiro da jogada com drible, deu nova finta no zagueiro e fez um belo gol, garantindo o Galo na próxima fase.
Mas teria mais. O Botafogo se desorganizou completamente na defesa, principalmente nas costas dos laterais. Numa dessa, em novo contra-ataque, Róger Guedes tocou para Otero, na ponta-esquerda. Ricardo Oliveira esperou o limite do impedimento para disparar nas costas da zaga. Passe perfeito e conclusão de artilheiro para decretar 3×0 na Paraíba.
Ainda teve espaço para a goleada ser instaurada. O Botafogo atacou apenas uma vez, e ficou totalmente aberto. Luan errou o tempo do cruzamento para Ricardo Oliveira. Em outro lance, Fábio Santos saiu na cara do goleiro, tentou tocar por cima, e no rebote, o pastor foi quem escolheu o chute de cobertura no gol vazio, mas errou o alvo.
Mas aos 37 minutos, o contra-ataque mortal voltou a aparecer. A defesa do Atlético impediu mais um ataque do Botafogo – com Gabriel, quase em cima da linha, cortando chute de Marcos Aurélio -, tocando desde a defesa, Luan, Cazares e Otero dispararam. O menino maluquinho se livrou da marcação no meio de campo, e enfiou para Cazares. O equatoriano, com bastante categoria, deu um passe longo para Otero, que só encostou para Luan empurrar para as redes.
No fim, uma apresentação incontestável do Galo em solo nordestino, vestido todo de preto, nas mãos do novato Thiago Larghi.