São
São todos homens, muitos deles abaixo dos 18 anos de idade.
Ratazanas, pulgas, vermes e lixo não os afastam da proximidade com o porto de onde saem diariamente barcos para Itália. Sem luz e sem água corrente, na unidade fábril em ruína visitada pela euronews, são cerca de 200 os migrantes que resistem. Os portos italianos são destinos sonhados pela sobrevivência e é dali que observam os 4 a 6 barcos diários com destino aos portos de Brindisi, Bari ou Ancona, na costa leste italiana.
Wais Rahman, refugiado afegão, falou com o site euronews:
«Esta é a nossa vida. A meu ver, os cães europeus não viveriam aqui, mas os refugiados afegãos vivem. Viu os nossos duches, a nossa sala, as tendas? Esta situação é um problema enorme para nós. Somos humanos, não somos… Se ficarmos aqui, damos em doidos.”
Voluntários e câmara municipal tentam ajudar, mas apesar da boa-vontade, as condições continuam insuportáveis.
Organizações não governamentais, como a DocMobile, interagem com os refugiados e migrantes até se tornarem a relação mais próxima para desabafar desaires das tentativas de fuga, como nos diz Sandra Stucky, cidadã suíça a fazer voluntariado para a instituição inglesa na Grécia:
«A maior parte deles fica ferida quando tenta esconder-se nos camiões. Quer seja quando saltam ou correm, magoam-se. Por vezes são espancados pela polícia, ou pela polícia portuária.”
Entrar clandestinamente num dos camiões de carga é o único, mas inválido passaporte a que estes migrantes e refugiados têm acesso para sair da Grécia e cruzar o Adriático.
As tentativas sucedem-se, os falhanços também. Dia após dia.