A Secretaria Municipal de Saúde alerta para o surto de conjuntivite em Itabira. Desde o início do mês, já foram notificados 152 casos. “Um surto é quando há o aumento repentino do número de casos de uma doença em uma região específica, relacionados entre si, em um curto espaço de tempo”, explica a superintendente de Vigilância em Saúde, Thereza Cristina Oliveira Andrade Horta.
Segundo Thereza Andrade, os municípios não são obrigados a notificar número de casos de conjuntivite, exceto se houversurtos. Ou seja, não é possível contabilizar o número certo de pessoas que foram infectadas pela doença. “As notificações só foram obrigatórias após o Governo do Estado reconhecer a existência de surto em Minas Gerais. Acreditamos que o número de infectados em Itabira é muito maior, em razão das notícias que tivemos de pessoas que tiveram o problema e relatos de clínicas de olhos, onde aumentou significativamente o número de atendimentos em razão da doença”, explica Thereza Andrade.
Surtos de conjuntivite podem ocorrer em qualquer época do ano, porém, a incidência é mais comum no verão e primavera. Os sintomas da doença são olhos avermelhados e lacrimejantes, pálpebras inchadas e avermelhadas, secreção esbranquiçada e sensação de areia nos olhos. Normalmente, a doença tem duração de 15 dias até a evolução para a cura.
Vírus e bactérias podem ser causadores da conjuntivite, além de reações alérgicas a poluentes ou substâncias irritantes como fumaça, cloro de piscinas, produtos de limpeza ou maquiagem. Em relação à transmissão da doença, caso tenha sido causada por vírus e bactérias, ela ocorre de pessoa para pessoa, principalmente por meio de objetos contaminados, maquiagens, toalhas, travesseiros, lenços e copos. Normalmente, a disseminação é rápida em ambientes fechados. Por isso, é recomendado que o paciente se afaste temporariamente de ambientes coletivos.
Na rede pública – Em razão do surto de conjuntivite no Estado de Minas Gerais, já está disponível em todas as farmácias municipais o colírio Sulfato de Gentamicina. O medicamento é padronizado pela Relação Municipal de Medicamentos Essenciais (Remume) e está indicado no tratamento das infecções externas do globo ocular e seus anexos, tratamento da conjuntivite, inflamações da córnea, dos olhos, da pálpebra e do saco lacrimal. Para atendimento nas farmácias, as receitas devem ser feitas em duas vias e em talonário SUS.
Como se prevenir – Não compartilhar itens pessoais como maquiagem, travesseiros, óculos e toalhas de mão e rosto; cobrir o nariz e a boca quando tossir ou espirrar e evitar esfregar ou tocar os olhos; lavar as mãos frequentemente, especialmente quando passar tempo na escola ou em outros lugares públicos; usar com frequência um desinfetante manual como o álcool gel; limpar sempre as superfícies com um antisséptico apropriado; usar óculos de natação para se proteger de bactérias e outros microrganismos presentes na água; usar lenços de papel para secar ou limpar os olhos e jogá-los fora após o uso; não usar lentes de contato ou maquiagem na região dos olhos enquanto eles ainda estiverem vermelhos ou irritados; separar a toalha de rosto e travesseiro, de preferência trocar a fronha e a toalha todos os dias; usar apenas o medicamento indicado pelo seu médico e lavar os olhos com água filtrada ou tratada; fazer compressas frias várias vezes por dia e lavar o rosto e os olhos com água gelada sempre que possível.
Em caso de baixa de visão, é necessário procurar novamente o oftalmologista.