Por volta de 18h42, o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva deixou, a pé, o Sindicato dos Metalúrgicos do ABC em São Bernardo do Campo para se entregar à Polícia Federal e seguir para a prisão da Lava Jato, cerca de seis horas depois de comício.
Ele vai iniciar o cumprimento da pena de 12 anos e um mês no caso triplex, determinada pelo juiz federal Sérgio Moro, em uma “sala reservada” na sede da PF em Curitiba.
A saída do ex-presidente em um carro cor prata – acompanhado de seu advogado Cristiano Zanin Martins – foi marcada por forte tensão. Militantes postados no portão de saída do sindicato impediam o deslocamento do automóvel onde está o ex-presidente. “Cercar, sentar e não deixar prender”, entoavam.
Lula deixou o carro e tornou a entrar no prédio. Depois, retornou ao carro e deixou o local. Às 18h42, saiu à pé para fora do edifício, em meio à multidão que se aglomera, e percorreu até viatura da PF que estava nos fundos da entidade.
Apesar de o magistrado ter imposto ao petista que se apresentasse até às 17h desta sexta-feira, 6, Lula não arredou o pé do sindicato, onde passou duas noites e fez seu último discurso antes do cárcere.
À espera do ex-presidente, a carceragem da Polícia Federal preparou uma sala especial. Moro vetou expressamente o uso de algemas.
Lula se entrega após quase dois dias de negociação intensa. A PF aceitou aguardar que ele presenciasse a missa em homenagem a sua mulher Marisa Letícia e depois se entregasse.