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Analistas consultados pela Reuters esperavam expansão de 6,7% do Produto Interno Bruto (PIB) entre janeiro e março sobre o ano anterior, depois de crescimento de 6,8% nos dois trimestres anteriores.
Na comparação trimestral, o PIB cresceu 1,4%, sobre expectativa de 1,5% e desacelerando ante 1,6% entre outubro e dezembro.
A resiliência da segunda maior economia do mundo provavelmente ajudará a manter a recuperação global sincronizada por um pouco mais de tempo, mesmo com a China enfrentando as crescentes tensões comerciais com os Estados Unidos.
Mas economistas ainda projetam que a China perderá um pouco de força nos próximos trimestres uma vez que Pequim força governos locais a reduzirem projetos de infraestrutura para conter suas dívidas, e com o enfraquecimento das vendas imobiliárias devido ao controle do governo sobre as compras para combater a especulação.
O consumo, que respondeu por quase 80% do crescimento econômico no primeiro trimestre, teve um papel significativo para o crescimento da economia mesmo com os riscos crescentes aos exportadores chineses.
As vendas no varejo em março avançaram 10,1% sobre o ano anterior, ligeiramente acima do esperado e o ritmo mais forte em quatro meses, com os consumidores comprando mais de quase tudo, de cosméticos a móveis e eletrodomésticos.
“Os dados de vendas no varejo dizem muito sobre o consumo. Não é sazonal– se olhar para o crescimento em cosméticos, gastos em roupas, gastos em automóveis, há uma tendência persistente há alguns meses”, disse Iris Pang, economista do ING.
Exportações robustas
O crescimento de 6,8% no primeiro trimestre sobre o ano anterior também foi sustentado pelas exportações robustas. Alguns analistas especulavam que as empresas chinesas tinham corrido para despachar cargas aos EUA diante das ameaças tarifárias.
“Não esperamos que (as tensões entre EUA e China) evoluam para uma guerra comercial, mas também afirmamos que essa incerteza não vai desaparecer e esperamos negociações turbulentas. Em termos de impacto das potenciais tarifas, é bastante limitado, particularmente este ano”, disse Haibin Zhu, economista-chefe do JP Morgan.
A expansão tem permanecido confortavelmente acima da meta do governo de cerca de 6,5%para o ano, dando às autoridades espaço para reduzir mais os riscos no sistema financeiro da China e conter a poluição sem prejudicar o crescimento econômico.
Produção industrial cresce em ritmo mais lento
A produção industrial expandiu 6% em março sobre o ano anterior, ritmo mais lento em sete meses. Analistas projetavam que o crescimento enfraqueceria para 6,2% de 7,2% nos dois primeiros meses do ano.
Analistas acreditam que no decorrer do ano a intensificação da campanha contra os riscos financeiros provavelmente continuará reduzindo o crédito e, portanto, o crescimento.
A economia da China também enfrentará o risco de uma escalada na crise comercial com os Estados Unidos, país que decidiu aplicar taxas de importação sobre o aço (25%) e alumínio (10%).