O Governo
Em estandes coletivos e individuais, 12 marcas mineiras, definidas a partir de seleções abertas a empresas de todo o estado, terão a oportunidade de expor suas coleções para compradores do Brasil e do mundo. Em sua sexta edição, a iniciativa contemplou até o momento 41 empresas em 14 municípios, atingindo oito dos 17 territórios de desenvolvimento, e é parte de um contexto mais amplo de fomento à moda.
Impacto na economia mineira
O setor foi estabelecido como um dos investimentos prioritários da Codemig a partir de um mapeamento de oportunidades de negócios feito pelo McKinsey Institute em 2015. A consultoria estudou tendências globais e dezenas de setores econômicos mineiros para apontar aqueles com maior potencial de impacto na economia do estado, com capacidade de promover aumento na massa salarial e agregação de valor. As indústrias de confecção/têxtil e calçados/bolsas foram identificadas como estratégicas para diversos territórios de desenvolvimento do estado.
A cadeia produtiva da moda oferece importante contribuição à economia. Em 2013, gerou riquezas para o estado no valor de R$ 3,3 bilhões. Os dados são de uma pesquisa encomendada pela Codemig à Fundação João Pinheiro (FJP). O estudo revelou que, em 2014, os empregos do setor corresponderam a 15,2% da indústria de transformação, e a moda impulsionava a economia de 135 municípios de Minas Gerais, onde o setor tinha peso maior na produção industrial do que a média do estado.
Com isso em mente, a Codemig vem direcionando ao setor da moda investimentos crescentes. O Minas Trend, por exemplo, recebeu recursos de R$ 535 mil em 2015, e R$ 987 mil em 2016. Em 2017, o valor ultrapassou R$ 2 milhões. Somados aos R$ 747 mil referentes ao primeiro semestre desse ano, os investimentos dos últimos quatro anos totalizam R$ 4,3 milhões.
De acordo com a metodologia da Unidade de Inteligência Empresarial Integrada do Sebrae-MG, cada R$ 1 colocado no setor da moda movimenta em média R$ 1,69 em setores diversos. Desse modo, os investimentos destes quatro anos fizeram girar perto de R$ 7,3 milhões na economia mineira. Outros R$ 920 mil já estão garantidos para a realização do Minas Trend no primeiro semestre de 2019, graças a convênio firmado entre a Fiemg e a Codemig em 2017.
Como o principal evento nacional de comercialização de moda, com presença de compradores renomados do país e do exterior, o Minas Trend é um espaço privilegiado de projeção e consolidação de grifes locais. As seis edições realizadas de 2015 a 2017 receberam 90 mil pessoas, incluindo compradores internacionais, trazidos pela Codemig, de oito países (Alemanha, Angola, China, Colômbia, Coreia do Sul, Hong Kong, Panamá e Paraguai).
Os investimentos da Codemig no setor da moda criaram ou permitiram a manutenção de 4.130 empregos diretos, conforme metodologia da Fundação João Pinheiro. Levantamentos realizados junto aos organizadores e fornecedores do evento indicam que o número de empregos indiretos chegou a 12.389, totalizando 16.519 postos de trabalho.
Boa vizinhança
A Codemig também viabilizou a Mostra Moda Minas Gerais Uruguai, realizada pela Fiemg com o apoio da Embaixada do Brasil no Uruguai e da Uruguay XXI, agência governamental de comércio exterior daquele país. De 18 a 23 de março deste ano, 25 empresas mineiras foram a Montevidéu para exibir suas coleções a importadores, distribuidores e lojistas uruguaios. Foram realizadas 217 reuniões de negócios, gerando expectativas de negócios de 150 mil dólares. Os contatos estabelecidos podem ainda se materializar, nos próximos 12 meses, em outros 635 mil dólares em transações.
22ª edição do Minas Trend
O Minas Trend é realizado pela Fiemg, com parceria da Codemig. Em abril de 2017, a empresa assinou um convênio com a Fiemg no valor de R$ 3.677.500,00 para garantir a realização de quatro edições do evento em 2017, 2018 e 2019. A 22ª edição do salão de negócios será realizada esta semana na capital mineira e apresentará conceitos e tendências para as estações primavera/verão de 2019.
Os estandes coletivos da Codemig irão receber quatro marcas de vestuário, três produtores de bijuterias, e duas marcas de bolsas. Além disso, os três empreendedores que mais se destacaram no estande coletivo Codemig na última edição da feira expõem agora em estandes individuais.
A seleção foi feita por uma equipe curatorial, coordenada pela jornalista de moda Natália Dornellas, graduada pela London School of Fashion e colaboradora de veículos nacionais e internacionais. Os critérios foram: originalidade e design, qualidade de produção e acabamento, capacidade produtiva, possibilidade de expansão do negócio, adequação ao público alvo, apresentação e comunicação da marca. A escolha é orientada para valorizar profissionais de diversas partes do estado e apoiar iniciativas de maior potencial de contribuição ao desenvolvimento econômico, com geração de empregos, receitas e práticas inovadoras. Conheça abaixo os expositores:
Estandes coletivos
Vestuário
- Rebel Heart’s – a marca produz peças de lingerie modernas, que deixam de ser somente peça íntima e ficam à mostra para compor looks.
- Renata Coelho – grife de Nova Lima, que aposta em peças modernas dentro do conceito “slow fashion”.
- Ca.Mar – a marca de moda praia produz maiôs e biquínis, além de saias, pantalonas e batas, que transitam da areia para o asfalto.
- Ni.na Morato – roupas que destacam a produção artesanal, alinhadas com o consumo consciente.
Bolsas
- Taciana Scalon – aposta nos trançados, crochês, bordados a linha e macramê, além de cores marcantes.
- Banzo – produz bolsas, pochetes e nécessaires a partir de referências dos anos 1990 e futuristas.
Bijuteria
- Pulso – a marca de Itaúna produz acessórios para o público masculino, usando o couro, metal, pedras e tecido.
- Escalda – a marca produz semijoias com formas puras e lapidação diferenciada.
- Anma Acessórios – da cidade de Timóteo, a marca produz bijuterias em processo artesanal e estilo minimalista.
Estandes individuais
- Candê – marca de vestidos, com combinação de estampas exclusivas e estilo vintage.
- Fernanda Torquett – transforma materiais de descarte da indústria de bijuterias e metais da construção civil em peças exclusivas.
- DIWO – marca de bolsas criadas pelo trabalho colaborativo de vários designers, que priorizam originalidade e bom acabamento.
Moda e P7 Criativo
O setor da moda também tem encontrado condições propícias ao desenvolvimento no P7 Criativo, a primeira agência de desenvolvimento da indústria criativa de Minas Gerais. Dedicado a oferecer a profissionais e organizações um ambiente de colaboração e empreendedorismo, o P7 irá firmar, durante o Minas Trend, termo de cooperação com instituições do poder público e da sociedade civil, para instituir a Frente da Moda Mineira. A entidade terá o propósito de criar e desenvolver ações visando promover e articular os interesses da cadeia produtiva da moda de Minas Gerais, além de consolidar a posição do estado como centro criador e produtor de moda de qualidade.
A moda já está dentro do P7 Criativo. Adélia Galantini, empreendedora do setor, escolheu trabalhar como membro residente da associação. Instalada no espaço coletivo do P7, ela desenvolve a plataforma Distrito da Moda de Belo Horizonte, que pretende incentivar a criação de novos negócios de moda na capital, estimular a inovação nas empresas e aumentar o fluxo de compradores na cidade.
“O P7 oferece muitas oportunidades, sobretudo nos aspectos da conexão e da capacitação. Por meio da associação, tive acesso a consultorias do Sebrae-MG, que me ajudaram muito. Também estava tendo uma certa dificuldade para me conectar a empresas da área de tecnologia; aqui dentro, conheci uma startup que oferece soluções de e-commerce para o varejo, e já criamos uma parceria”, comemora Adélia.
O P7 também recebeu os participantes dos estandes da Codemig no Minas Trend para um encontro de capacitação com a curadora da iniciativa, Natália Dornellas. Em palestra gratuita e aberta ao público, a jornalista conversou com os empreendedores e demais interessados no tema sobre estratégias de comunicação, relação com o público e identidade de marca na indústria da moda.
O P7 Criativo é uma iniciativa do Governo de Minas Gerais, por meio da Companhia de Desenvolvimento Econômico de Minas Gerais (Codemig), da Secretaria de Estado de Desenvolvimento Econômico, Ciência, Tecnologia e Ensino Superior (Sedectes) e da Fundação João Pinheiro (FJP), em parceria com a Federação das Indústrias do Estado de Minas Gerais (Fiemg) e o Serviço de Apoio às Micro e Pequenas Empresas de Minas Gerais (Sebrae).
Minas de Todas as Artes e o setor da moda
O apoio da Companhia ao Minas Trend integra as ações do Minas de Todas as Artes — Programa de Incentivo à Indústria Criativa. A iniciativa estratégica busca fomentar o desenvolvimento de novos negócios que gerem empregos, renda e riquezas para o Estado. Até o fim de 2018, serão investidos mais de R$ 50 milhões em iniciativas de valorização dos setores de moda, gastronomia, audiovisual, design, música e novas mídias. A Indústria Criativa constitui a cadeia produtiva composta pelos ciclos de criação, produção e distribuição de bens e serviços que usam criatividade e capital intelectual como insumos primários.