Segundo as últimas estatísticas, cerca de mil brasileiros vivem na Rússia. Mas a partir de junho, o país deve ser invadido por bandeiras verde-amarelas, com milhares de turistas vindos do Brasil para torcer pela seleção durante a Copa do Mundo de futebol.
Hermógenes Borali já sente o impacto do evento há alguns meses. “Antigamente, só procurava aula de português quem queria ir para o Brasil. Agora, as pessoas se matriculam para adicionar algo no currículo. Temos, por exemplo, guias de turismo que querem se diversificar aprendendo a língua”, conta o paulista.
O diretor do centro cultural relata que a chegada da Copa tem mudado a rotina da “Veneza do Norte”, como é conhecida São Petersburgo. A cidade, uma das mais “europeias” do país, está acostumada a receber turistas. Mas, com o Mundial de futebol, o desafio é bem maior, pois as autoridades sabem que os olhos do planeta estarão voltados para as cidades onde serão realizados os jogos.
“Nos últimos meses, tem aumentado a preocupação com a segurança, principalmente por causa (do risco) de atos terroristas”, explica Borali. “Quando o segundo aeroporto de São Petersburgo foi aberto, este ano, as autoridades convidaram a população durante um dia inteiro para tentar sabotar o local. Quem conseguisse ganharia um prêmio”, conta o brasileiro. “Ninguém foi premiado”, ironiza Borali. Mas apesar do tom de piada o paulista, o governo russo sabe que o assunto é delicado, principalmente após o atentado no aeroporto de Moscou, em 2011, que deixou 35 mortos e 180 feridos.
A segurança também será reforçada nas ruas. Mesmo assim, como em toda cidade grande, é preciso ficar alerta, ressalta Borali. “Aqui não tem roubo à mão armada, como no Brasil. Mas tem batedores de carteira no centro das cidades, que agem quando não se está atento.”
A seleção brasileira vai jogar contra a Costa Rica no dia 22 de junho em São Petersburgo. (RFI)