Neste sábado (5), a agência espacial americana (Nasa) inicia sua inédita missão para estudar o interior de Marte – como será o núcleo do planeta vermelho? Um sismógrafo, instrumento que detecta e registra as vibrações, será inserido na superfície pela primeira vez.
Tudo isso para tentar outro feito único: a Nasa, além de ver o que está abaixo do solo de Marte, quer ser pioneira e detectar terremotos além da Terra e avaliar o impacto dos meteoritos. A missão, chamada de InSight, será a primeira a escavar profundamente a crosta do planeta, indo 15 vezes mais longe do que qualquer outra missão.
Objetivos científicos:
- Determinar a espessura e estrutura da crosta
- Determinar a estrutura e composição do manto
- Determinar o tamanho, composição e estado físico do núcleo
- Determinar o estado térmico do interior de Marte
- Medir a taxa e a distribuição das atividades sísmicas
- Medir a taxa de impacto dos meteoritos na superfície
“A InSight é uma missão até Marte, mas é mais do que só uma missão até Marte. Ela ajudará os cientistas a entenderem a formação e evolução inicial de todos os planetas rochosos, incluindo a Terra”, explica a agência espacial.
É um projeto de “primeiras vezes”. Também será a estreia de um lançamento interplanetário da costa oeste dos Estados Unidos. A nave sairá da Base da Força Aérea de Vanderberg, na Califórnia, às 11h05 (7h05, na hora local).
Como é a sonda?
- Tem 1,76 metro de altura, 2,64 de diâmetro e 3,40 metros de envergadura
- Ela será lançada em um foguete de 57,3 metros de altura
- Tem um braço robótico para pegar instrumentos
- Tem uma câmera no braço robótico e uma câmera na parte da frente, que devem fazer imagens coloridas de 1024×1024 pixels
Depois de sair da Terra, a viagem até o planeta vizinho deve durar meses. A chegada está prevista para 26 de novembro deste ano – serão 485 milhões de quilômetros (distância até Marte no dia 5 de maio). As pesquisas da agência espacial deverão ocorrer até o dia 24 de novembro de 2020, mesmo período de 1 ano e 40 dias marcianos.
Outra coisa que os cientistas querem observar é a formação dos vulcões no planeta vermelho. Marte tem um planalto de 4 mil quilômetros de diâmetro, o Tharsis, com alguns dos maiores vulcões do sistema solar. Assim como em muitos planetas rochosos, o calor escapa da parte central e impulsiona a formação dessas estruturas geográficas.
Para conseguir avanços com a InSight, a agência investiu US$ 813,8 milhões (R$ 2,8 bilhões). Desse valor, US$ 163,4 milhões foram investidos apenas no veículo e serviços de lançamento.