Na próxima semana, no período de 7 a 10 de maio (segunda a quinta-feira), a Fundação de Educação para o Trabalho de Minas Gerais (Utramig) dá início a diversos cursos profissionalizantes no âmbito do Pronatec/FIC, nos municípios de Belo Horizonte e Sabará.
A presidente da Utramig, Vera Victer, participará de algumas das aulas inaugurais. Na segunda-feira (7/5), por exemplo, ela dará as boas-vindas a duas turmas de jovens que começam os cursos de Assistente de Produção Cultural e Agente Cultural, cursos realizados em parceria com o Observatório da Juventude da Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG).
“Eu entendo que estas duas capacitações significam um reforço aos jovens de periferia envolvidos em coletivos culturais, para uma ação mais significativa em sua área e em seu território de atuação. Entre os jovens, a qualificação ganha centralidade no contexto de atuação comunitária, pois através da cultura acontece a participação social. Os cursos possuem potência educativa, por esta razão acreditamos e investimos muito nesta parceria com a Utramig”, afirma um dos fundadores e integrantes do Observatório da Juventude da UFMG e professor da pós-graduação da faculdade de Educação, Juarez Dayrell.
Já na terça-feira (8/5), Vera Victer receberá outras três turmas, dos cursos de Assistente de Produção Cultural, Agente Cultural e Organizador de Evento. Estas qualificações são executadas em parceria com a Secretaria de Estado de Cultura (SEC) e a ONG Rebeldia, criada pelo rapper Flávio Renegado.
No período de 7 a 10 de maio, terão início 15 dos 17 cursos programados para o primeiro semestre de 2018. Ao todo, serão beneficiadas 450 pessoas, entre elas, jovens de periferia e mulheres em situação de vulnerabilidade social.
Além desses cursos, terão início, ainda em maio, os cursos de Gestor de Microempresa e Assistente Administrativo para pré-egressos do sistema prisional e de Agente de Resíduos Sólidos para catadores de materiais recicláveis.
“Todos esses públicos normalmente não são absorvidos pelo mercado de trabalho, a nossa contribuição é para que vislumbrem essa possibilidade”, afirma a presidente da Utramig, Vera Victer.
Mercado de trabalho e população socialmente vulnerável
De acordo com a Pesquisa Nacional de Amostra por Domicílio (PNAD-IBGE), o Brasil fechou o ano passado com 26 milhões de desempregados. O estudo feito no quarto trimestre de 2017 confirmou mais uma vez que mulheres, jovens, pretos e pardos são segmentos populacionais mais afetados por crises econômicas, devido à falta de experiência e à baixa escolaridade.
Ainda segundo dados da pesquisa, as taxas de desocupação são as mais altas para os trabalhadores com ensino médio incompleto (20,4%); entre as mulheres (13,4%); entre os jovens de 14 a 17 anos (39%), seguidos pelos jovens entre 18 a 24 anos (25,3%), índices bem superiores à taxa de desemprego em Minas Gerais, no mesmo período, 10,6%.
Por outro lado, estudo do Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea) mostrou uma recuperação do mercado de trabalho e apontou queda na taxa de desocupação, exatamente nos segmentos primeiramente afetados pela retração no mercado formal de empregos. O estudo foi feito a partir dos dados da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios Contínua (PNADC). Redução de 3,8 pontos percentuais na taxa de desemprego foi observada em relação aos trabalhadores com ensino médio incompleto, na comparação entre o primeiro e o último trimestre de 2017. Entre os jovens de 18 a 24 anos a queda foi de 3,5 pp e entre as mulheres de 2,6 pp.