O Departamento do Tesouro norte-americano manifestou, nesta quinta-feira (10), “forte apoio” ao programa argentino de reformas econômicas, voltadas para o mercado. A nota, respaldando o governo do presidente Mauricio Macri, foi divulgada no mesmo dia em que manifestantes, em Buenos Aires, saíram as ruas – apesar da forte chuva – para protestar contra o acordo com o Fundo Monetário Internacional (FMI).
O Ministro da Fazenda da Argentina, Nicolas Dujovne, se encontrou nesta quinta-feira(10) com a diretora-executiva do FMI, Christine Lagarde, mas não deu detalhes sobre o novo acordo stand-by, que ele começou a negociar há dois dias, em Washington. A decisão de recorrer ao Fundo foi tomada depois da disparada do dólar, na semana passada. O governo quer obter respaldo financeiro para acalmar os ânimos dos investidores e frear a saída de capitais do país, cuja economia – segundo o próprio Macri – é uma das mais dependentes de recursos estrangeiros.
Na capital argentina, Buenos Aires, milhares de manifestantes de organizações sociais de esquerda marcharam ate o Congresso, apesar do mau tempo. O secretário-geral da Associação de Trabalhadores Estatais, Hugo Godoy, disse que “nem mesmo uma tempestade” impediria a manifestação contra os aumentos das tarifas dos serviços públicos, a inflação, os ajustes e o acordo com o FMI. “Os salários estão defasados em relação ao índice inflacionário, que supera os 20%”, disse.
O FMI informou, por meio de um comunicado, que as negociações estão bem encaminhadas para outorgar à Argentina um crédito stand-by (empréstimos desembolsados periodicamente, contra o cumprimento de determinadas metas econômicas por parte do país receptor). Mas ainda não há informações oficiais sobre a quantia, os prazos e as condições.