A economia brasileira registrou retração no primeiro trimestre deste ano, informou o Banco Central nesta quarta-feira (16), por meio do Índice de Atividade Econômica (IBC-Br), uma espécie de “prévia” do Produto Interno Bruto (PIB).
Entre janeiro e março de 2018, o indicador apresentou queda de 0,13% quando comparado com o quarto trimestre de 2017 (outubro a dezembro). O número foi calculado após ajuste sazonal, uma espécie de “compensação” para comparar períodos diferentes de um ano.
O IBC-BR é um indicador criado para tentar antecipar o resultado do Produto Interno Bruto (PIB), que é calculado pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). Os números oficiais do PIB do terceiro trimestre serão divulgados no dia 30 de maio.
Ano de 2017 e expectativas
O Produto Interno Bruto é a soma de todos os bens e serviços produzidos no país e serve para medir a evolução da economia. Em 2017, o PIB teve uma alta de 1%, após dois anos consecutivos de retração.
Os indicadores do primeiro trimestre, porém, revelaram um desempenho pior do que o esperado, o que fez com que economistas baixassem projeção para o desempenho do PIB no período.
Para todo este ano, o governo ainda mantém a estimativa de aumento de 3% para o PIB, mas pode revisar para baixo este número na próxima semana, por meio do relatório de receitas e despesas do orçamento. O documento será divulgado até 22 de maio.
O mercado financeiro, por sua vez, tem baixado sistematicamente sua previsão de alta nas últimas semanas. Recentemente, revisou a estimativa de crescimento de 2018 de 2,70% para 2,51%.
O que é o IBC-Br?
Embora o cálculo seja um pouco diferente, o IBC-Br foi criado para tentar ser um “antecedente” do PIB. O índice do BC incorpora estimativas para a agropecuária, a indústria e o setor de serviços, além dos impostos. Os resultados do IBC-Br, porém, nem sempre mostraram proximidade com os dados oficiais do PIB, divulgados pelo IBGE.
O indicador é uma das ferramentas usadas pelo BC para definir a taxa básica de juros (Selic) do país. O crescimento ou desaceleração da economia influenciam na inflação, que o Banco Central busca controlar por meio da taxa Selic.
Para 2018 e 2019, a meta central de inflação é de 4,5% e de 4,25%, respectivamente, com um intervalo de tolerância de 1,5 ponto percentual para mais ou para menos. Desse modo, o IPCA, considerado a inflação oficial do país e medida pelo IBGE, pode ficar entre 3% e 6%, sem que a meta seja formalmente descumprida, e entre 2,75% e 5,75%.