O príncipe Harry da Inglaterra e a atriz americana Meghan Markle se casaram neste sábado, na cidade de Windsor, sob os olhares do mundo, em uma cerimônia prevista para começar às 12H00 local (08H00 Brasília) e que terá a duração de cerca de uma hora.
Em seguida, o casal saiu em carruagem pelas ruas de Windsor, cidade a oeste de Londres, que recebeu mais de 100 mil pessoas para assistir à cerimônia, que será transmitida pela TV para dezenas de países.
Ao final do passeio, começou a parte privada do casamento, com um almoço oferecido pela avó do noivo, a rainha Elizabeth II, no castelo de Windsor, e à noite o príncipe Charles, pai de Harry, recebeu os convidados em sua mansão de Frogmore.
Nas ruas de todo o país ocorrerão festas por conta do casamento real, e as previsões meteorológicas apontam que o clima ajudará, além da autorização especial para que os pubs fiquem abertos até mais tarde do que o habitual.
Tudo isto cercado por severas medidas de segurança, em um país que sofreu cinco atentados em 2017, que deixaram 36 mortos e dezenas de feridos.
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“Stand By Me”
O príncipe Charles, herdeiro da coroa, levou até o altar sua agora nora, após a atriz confirmar que seu pai, Thomas Markle, não compareceu à cerimônia por problemas de saúde.
Thomas, 73 anos, provocou escândalo pelas fotos que aceitou encenar sobre seus preparativos para o casamento, apesar de ter reclamado do assédio da imprensa. As imagens teriam sido vendidas por 100.000 dólares (84.000 euros), segundo o tabloide Daily Mirror.
Também não estiveram presentes os dois meio irmãos de Meghan, que fizeram declarações negativas sobre a noiva, e a única representante da família foi a mãe da atriz, Doria Ragland, que a levou de carro até a igreja.
A cerimônia se ajustou às tradições da Igreja da Inglaterra, mas com alguns toques diferentes, como o coro gospel que cantou “Stand By Me”, e o sermão de um pastor americano que foi mais firme que o habitual.
O arcebispo de Canterbury, Justin Welby, líder espiritual da Igreja da Inglaterra, tomou os votos do casal, que descreveu como “muito sinceros e humildes”.
Em tempos de Brexit, sempre há Elizabeth I
Markle será a primeira mulher de origem negra na família real britânica que se tem notícia, aproximando mais do que nunca o Palácio de Buckingham aos bairros jamaicanos de Londres, onde o casamento desperta interesse.
“É muito legal que ela chegue à família real, nos dá uma impressão de pertencer” a isto, disse à AFP a comerciante caribenha Esme Thaw em sua loja em Brixton, bairro popular de Londres.
O casamento é uma grande operação de relações públicas para a Casa Real britânica, que poderia ter optado pela privacidade que seus jovens membros costumam solicitar.
O casamento ocorreu em um local altamente simbólico, a capela de São Jorge do castelo de Windsor, uma construção gótica do século XIII onde está enterrado Enrique VIII e templo da ordem medieval da Jarreteira, integrada – entre outros – por Elizabeth II, Felipe VI da Espanha e o imperador japonês Akihito.
A capela conserva uma porta do templo original, a da Galileia, que só pode ser usada por membros da família real e pela qual Elizabeth II fará sua entrada cinco minutos antes do início da cerimônia.
Desaparecido o Império, com o Brexit no horizonte e um governo britânico que suscita pouca simpatia no mundo, Elizabeth II e seu clã estão lá para manter a cabeça erguida, como provam os milhares de turistas – especialmente das antigas colônias – que viajaram para Windsor.
“Meus pais vieram para o casamento de Charles e Diana, em 1981, e eu tinha apenas dois anos, e desde então acompanhamos a família real”, disse à AFP o indiano Alan Louzado.
“Será o último casamento real em um bom tempo”, explicou Carole Ferguson, executiva de 63 anos, justificando a longa viagem da Califórnia. (AFP)