Em momentos bem distintos na temporada, Atlético e Cruzeiro se enfrentaram no Independência nesta tarde de sábado (19). Clima incomum para um clássico, a começar por ter sido num sábado. De um lado, a pressão de duas eliminações seguidas. Do outro, o conforto de bons resultados recentes. Venceu o lado pressionado. Galo fez 1 a 0 com Róger Guedes, e belisca a primeira colocação do Brasileirão – seca o Flamengo logo mais, que enfrenta o Vasco, e o Corinthians no domingo (20).
A Raposa, com time reserva, jogou toda a responsabilidade da vitória para o rival. A cabeça celeste, antes de o duelo começar, estava no Racing, adversário de terça-feira, para definir o líder do grupo na Libertadores. De qualquer forma, o Atlético sai vencedor de um clássico que teve sol, chuva, sol de novo, chuva de novo, poucas emoções, público relativamente baixo, um só gol…
CLIMA MORNO
Com time reserva, mas usando marcação alta, pressionando a saída de bola do adversário. Foi assim que o Cruzeiro entrou no clássico diante do Atlético no Independência. E mesmo numa escalação alternativa, fez um jogo de igual para igual nos primeiros 45 minutos.
Poucas emoções para um público aquém de um apelo que a rivalidade gera. Clima de chuva, ambiente estranho num dérbi do Campeonato Brasileiro, ainda em seu início. O Galo, pressionado a vencer, teve mais posse de bola, só que encontrou dificuldades de espaço para criar.
Róger Guedes parecia a figura mais perigosa de Thiago Larghi, fazendo tabelas com Fábio Santos – mal tecnicamente – e tentando quebrar a marcação celeste. Seu companheiro de ataque, Ricardo Oliveira, fez uma boa jogada na partida, ao aproveitar vacilo de Murilo, driblar o zagueiro e chutar de esquerda, para fora.
Do outro lado do ataque atleticano, Emerson fazia a estreia no clube alvinegro, mas apresentava nervosismo, tanto para atacar, quanto para defender. Porém, fez belo cruzamento, que Ricardo “cabeceçou” de ombro.
Sem grande pressão, a Raposa partida para o contra-ataque, tendo Rafael Sóbis posicionado logo atrás de Raniel; Mancuello e Robinho nas pontas. Mano Menezes cansou de dar “esporro” nos comandados. Mas o placar satisfazia a Raposa, que assustou quando Sóbis cobrou falta de longe, no lance que encerrou o primeiro tempo.
EXPULSÃO E GOL ‘NA SORTE’
Com uma postura de esperar do adversário, o Cruzeiro teria um duro golpe no clássico. Para matar um contra-ataque puxado por Elias, o argentino Mancuello fez a falta por trás no volante e recebeu o segundo amarelo. Novamente, a Raposa encararia o Horto com um a menos, e isso desde os dois minutos da etapa final.
Surpreendentemente, já com Arrascaeta em campo no lugar de Rafael Sóbis, a Raposa cresceu na partida e atacou mais do que o Galo. Por muito pouco, Robinho não abre o placar em jogada do camisa 10 celeste. A bola passou raspando a trave de Victor.
Mas na primeira oportunidade trabalhada após ficar com 11 contra 10, o Galo tirou o zero do placar. Elias e Cazares trocavam passes no meio de campo, como quem não queriam nada. De repente, a tabela vai para Ricardo Oliveira, que devolve para Róger Guedes. Um misto de iluminação do artilheiro do Brasileirão, com sorte.
Guedes entrava livre na área para finalizar, mas foi desarmado por Manoel, em boa recuperação. Contudo, o corte do capitão cruzeirense bateu em Róger, e a bola deixou Fábio sem reação, morrendo no fundo das redes.
Com 1 a 0 favorável, o Atlético ainda criou novas chances com Otero. Numa delas, passe rasteiro, que Ricardo Oliveira quase completou para o gol vazio. Questão de centímetros. Neste momento, a Raposa tentava um díficil empate, já com Sassá no lugar de Raniel e Vitinho (lateral do sub-20) substituindo Robinho.
Mas então, o campo se abriu para o Atlético fazer mais um gol. Cazares errou o passe final para Otero, livre, e Róger Guedes optou pela individualidade, em outro contra-ataque. Mesmo com seis minutos de acréscimo, nada de mais emoção num clássico que serviu muito para o Galo, em termos de resultados, e, aparentemente, tem pouco efeito para a Raposa.