Evento que reúne, todos os anos, milhares de pessoas da região, acontecerá no próximo sábado, 23 de junho, na Comunidade de Ponte dos Machados, em Bom Jesus do Amparo.
A festa
Uma das grandes atrações da noite é o show de fogos que antecede o ascendimento da imensa fogueira que, ao contrário do que muitos pensam, não cresce a cada ano, mas seu tamanho é definido de acordo com o maior eucalipto encontrado.
Seguindo todas as normas ambientais e de segurança, três meses antes da festa, os homens da comunidade partem em busca das madeiras (geralmente doadas para a realização do evento). Estas madeiras são cortadas e permanecem no local até secarem. Somente vinte dias antes da festa são trazidas em caminhões para que a fogueira possa ser construída.
Durante todo o dia, jovens, crianças, adultos e idosos da comunidade “arregaçam as mangas” para enfeitar o local e preparar as deliciosas comidas típicas oferecidas na barraca da igreja como: o churrasco, o quentão e a deliciosa canjica que, entre outras guloseimas, incrementam a fria noite junina.
Outro grande marco do evento acontece à meia noite, quando os fiéis provam sua devoção ao se arriscarem a passar descalços sobre as brasas. Um momento de grande expectativa do público que espera ansioso o acontecimento que impressiona a todos.
Aos interessados em ver de perto as atrações, a festa terá início às 19h do dia 23 de junho, sábado, e contará com shows de artistas como Matheus Lucatto e Bruno Caipira.
Como tudo começou
Há 76 anos, na comunidade de Ponte dos Machados, localidade pertencente ao município de Bom Jesus do Amparo/MG, teve início a grande festa de São João Batista, que, desde então, vem arrastando multidões no decorrer dos anos.
No ano de 1942, João Alves Fonseca, conhecido na região como “Joãozinho”, fez uma promessa de festejar São João Batista, seu santo protetor, todo dia 23 de junho, fazendo em sua casa uma novena e erguendo a bandeira do santo ao lado da fogueira, que na época não passava dos dez metros. Sem gerar renda alguma, tal comemoração reunia todos os anos cerca de 200 pessoas que comiam e bebiam à vontade.
Joãozinho faleceu no dia 10 de junho de 1970, faltando apenas 13 dias para a realização da festa que neste ano não aconteceu. Passaram-se quatro anos e só então a festa foi realizada novamente, porém, não mais na casa de Joãozinho, mas em um depósito da Avelândia.
Em 1975, Maria Olinta Dias, cunhada de Joãozinho, doou um terreno para a construção de uma igreja que, até então, não existia na comunidade. Houve muita polêmica ao definirem o nome do padroeiro. Dona Dina, viúva de Joãozinho, queria São João Batista, devido à grande devoção do seu finado marido. Resolveram então fazer um sorteio e, para surpresa de todos, o santo sorteado foi São João. Desde então, a festa passou a ser realizada neste local, antes mesmo da existência da igreja, que foi sendo construída aos poucos com a renda das barraquinhas.
Hoje, a realização do evento depende da colaboração de aproximadamente 100 pessoas, entre elas, os filhos de Joãozinho e Dona Dina, seus genros, noras, netos, bisnetos, primos, sobrinhos, amigos e várias pessoas da comunidade que, mesmo sem terem conhecido Joãozinho, continuam preservando a tradição e tornando a festa cada vez mais popular. (PonteOnLine)