Em 2017, 7 mil brasileiros entraram para o grupo dos que possuem fortuna acima de US$ 1 milhão, segundo um relatório sobre riqueza mundial da consultoria Capgemini. O número de milionários cresceu 4,25%, passando de 164,5 mil pessoas para 171,5 mil.
O estudo considera os chamados HNWIs (high net worth individuals, em inglês), que possuem patrimônio maior que US$ 1 milhão, excluindo a residência de moradia, artigos colecionáveis e bens de consumo duráveis.
O crescimento robusto do Brasil puxou o número total de super-ricos na América Latina, segundo o estudo da Capgemini. O continente concentra 28% da riqueza dos milionários, embora responda por apenas 8% do número de indivíduos nesta condição.
Enquanto isso, a desigualdade no país cresceu no 1º trimestre deste ano em comparação com o mesmo período do ano passado, segundo pesquisa divulgada em maio pelo Instituto Brasileiro de Economia da Fundação Getulio Vargas (FGV). Os 20% mais pobres tiveram queda real de 5% na renda média mensal, enquanto os 20% mais ricos tiveram aumento de 10,8%.
E o aumento das fortunas contrasta com o crescimento tímido da economia brasileira, que demora para se recuperar da recessão. O Produto Interno Bruto (PIB) saiu do vermelho em 2017, mas o crescimento foi de 1%, em valores correntes de R$ 6,6 trilhões.
Fortuna ultrapassa US$ 70 trilhões
Em todo o mundo, a riqueza dos HNWIs ultrapassou, pela primeira vez, US$ 70 trilhões, com um avanço de 10,6%, chegando ao sexto ano seguido de ganhos acumulados em 2017. Foi o segundo ano de crescimento mais rápido desde 2011, segundo o estudo.
Os maiores mercados ainda são compostos pelos Estados Unidos, Japão, Alemanha e China, representando 61,2% da população global de HNWIs em 2017 e respondendo por 62% dos novos HNWIs no mundo.
A Ásia-Pacífico e a América do Norte representaram 74,9% do aumento global da população de super-ricos (aumento de 1,2 milhão) e 68,8% do aumento da riqueza global dos HNWIs, de US$ 4,6 trilhões. A Europa cresceu 7,3% em riqueza deste grupo.