A ótima geração belga finalmente conquistou um resultado que merce respeito e reconhecimento dos amantes do futebol. Com a vitória por 2 a 0 sobre a Inglaterra, neste sábado (14), em São Petersburgo, os belgas terminaram a Copa do Mundo da Rússia em terceiro lugar, melhor resultado da história do país.
Os gols da vitória Belga foram marcados por Munier, no início da partida, e pelo craque Eden Hazard, em rápido contra-ataque, já no segundo tempo.
Após frustrações na Copa do Mundo de 2014, quando foi eliminada nas quartas de final, para a Argentina, e da Eurocopa de 2016, quando caiu para País de Gales, também nas quartas de final, os belgas tem motivos para celebrar a história campanha que fizeram na Rússia.
Algozes do Brasil nas quartas de final, os belgas não mantiveram o desempenho contra a França e acabaram fora da decisão. Talvez por nunca terem terminado entre os três primeiros de uma Copa, mostraram-se mais empenhados no confronto deste sábado e foram premiados com o terceiro lugar, que supera a quarta posição de 1986, no México, até então melhor campanha do país.
Trata-se de um prêmio, ainda que não o esperado, para a mais comentada e talentosa geração da história da Bélgica. Courtois, Kompany, Hazard, De Bruyne e Lukaku saem da competição fortalecidos, após comprovarem que podem funcionar como equipe, e não apenas como jogadores talentosos isolados.
Já a Inglaterra pareceu digerir pior a queda nas semifinais para a Croácia, nos pênaltis, demorou a acordar neste sábado e foi punida por isso. A opção de Gareth Southgate de entrar com cinco jogadores reservas – o desgaste foi a justificativa – pesou, e o país só incomodou no segundo tempo. Ao menos, deixa o Mundial com sua melhor campanha desde 1990, quando também caiu na decisão do terceiro lugar, para a Itália.
Mais interessada, a Bélgica demorou apenas três minutos para abrir o placar neste sábado. Lukaku deu enfiada perfeita para Chadli, que apareceu nas costas da defesa pela esquerda e cruzou com perfeição para Meunier completar para a rede. Aos 11, o centroavante encontrou De Bruyne, que bateu com desvio. Pickford mostrou reflexo para espalmar.
Sem Walker e com Phil Jones, muito mais pesado, pelo lado direito da defesa, a Inglaterra dava muitos espaços para os atacantes belgas, que se aproveitavam, ainda, das assistências de Lukaku, trabalhando quase sempre como pivô. A pressão só não se sustentou porque a Bélgica diminuiu o ritmo e permitiu a reação do adversário.
Aos 22, quase saiu o empate. Sterling recebeu lançamento longo de Dier, ajeitou e tocou para Kane, que bateu rente à trave. Aos 34, foi a vez de a Bélgica voltar a incomodar. Tielemans errou a finalização e a bola sobrou para Alderweireld, que emendou de primeira, rente ao travessão.
Após um primeiro tempo morno, a Inglaterra voltou com Lingard e Rashford e melhorou. A equipe passou a controlar a posse e incomodar. Logo aos sete minutos, Lingard recebeu na área e bateu de primeira, mas Kane chegou atrasado.
Se era mais ofensiva, a Inglaterra também oferecia mais espaços, que os belgas só não aproveitavam graças ao dia para esquecer de Lukaku. Mertens entrou em seu lugar, mas o excesso de individualidade em algumas jogadas, principalmente com Hazard, minaram os contra-ataques.
Os ingleses, então, cresceram e tiveram sua melhor chance aos 24 Dier avançou pela direita, tabelou com Rashford e contou com falha de Kompany para sair de frente para Courtois, de quem tirou com belo toque sob a bola. Alderweireld, no entanto, salvou em cima da linha. O mesmo Dier e Maguire ainda tentaram pelo alto, sem sucesso.
Aos poucos, os ingleses foram exibindo cansaço, que só não resultou no segundo gol de Meunier porque Pickford fez grande defesa aos 34. Somente dois minutos mais tarde, porém, não teve jeito. De Bruyne arrancou com liberdade e deu bom passe para Hazard. Jones falhou e o jogador do Chelsea ficou sozinho para tirar do goleiro e selar o resultado.