O Cruzeiro do “haja coração” e das partidas mais bem executadas nos mata-matas deu lugar ao Cruzeiro do “haja paciência” no Campeonato Brasileiro. Na tarde deste domingo (9), a Raposa apenas empatou com o Bahia no fechamento do turno do Brasileirão, e decepcionou o torcedor que compareceu ao Gigante da Pampulha. A partida entre Raposa e Tricolor Baiano terminou com o placar de 1 a 1, gols de Douglas Grolli e Thiago Neves.
O empate na 19ª rodada do Campeonato Brasileiro impediu que o time de Mano Menezes quebrasse a sequência negativa de resultados. Antes havia perdido para Corinthians, São Paulo, empatado com o Vitória, e perdido para o Flamengo.
O próximo jogo do Cruzeiro no Brasileiro está marcado para a quarta-feira (22), contra o Grêmio, em Porto Alegre.
O Jogo
O técnico Mano Menezes escalou o que tinha de melhor à disposição, alterando apenas duas posições: lateral direita e o meio-campo. É que Edílson reclamou de dor muscular (sentida no jogo com o Santos na Copa do Brasil) e Arrascaeta não podia jogar, pois estava suspenso. Entraram contra o Bahia o polivalente Lucas Romero e o atacante David, respectivamente.
Mano, que no decorrer da semana havia dito que o Cruzeiro usaria a sequência de jogos no Brasileirão (Bahia, Grêmio e Fluminense) para se recuperar e subir na tabela, no intuito de permanecer o mais próximo possível do pelotão dos primeiros colocados, acompanhou uma etapa inicial muito burocrática da Raposa. Um time que até tentou segurar a posse de bola, mas viu o adversário ter as melhores chances de gol.
O Cruzeiro chegou com certo perigo aos 16 minutos. Barcos dominou no meio-campo e lançou Thiago Neves, que dentro da área limpou o lance e chutou, mas a bola explodiu no lateral Lé, do Bahia.
O Tricolor Baiano começou a gostar do jogo a partir dos 30 minutos, quando pressionou a Raposa, mas sem tanta efetividade.
A grande oportunidade do visitante aconteceu aos 41 minutos, quando o atacante Gilberto disparou da intermediária e chutou forte, rasteiro. A bola passou perto da trave direita do goleiro Fábio.
“A gente está tentando movimentar. O espaço está curto, o Bahia está bem fechado. Temos que tentar mais a penetração. Um pouquinho mais de capricho”, disse Thiago Neves à TV Globo na saída para o intervalo.
A segunda etapa começou com uma chance claríssima de gol do Cruzeiro. Logo aos dois minutos, Lucas Fonseca se atrapalha todo na área do Bahia e a bola sobra para Lucas Silva. O volante celeste solta o pé e manda uma pancada de fora da área, mas o tiro sai à direita do goleiro tricolor.
O lance levantou a galera presente ao Mineirão, principalmente a criançada de escolas públicas de Belo Horizonte. A meninada, com bandeirolas, faixinhas na cabeça, faziam a festa, mesmo com o Cruzeiro deixando a desejar em campo.
Se o primeiro tempo foi de dar sono, o segundo deu uma melhorada. Isso por que os gols começaram a sair, e foi o Bahia que tirou o zero do marcador.
Aos 14 minutos uma das leis que mais funcionam no Brasil mostrou toda sua eficiência no Mineirão. Douglas Grolli, ex-jogador do Cruzeiro, recebeu cruzamento preciso de Vinícius e balança a rede de Fábio: 1 a 0.
O gol deixou o torcedor que estava na arquibancada do Mineirão chateado. O baixo rendimento de Barcos no ataque fez com que a torcida gritasse o nome de Raniel, que virou amuleto de Mano Menezes. O engraçado é que o jogador não estava no banco de reservas, poupado pela sequência de jogos deste mês de agosto. E essa não seria a única vez que o jovem atacante teria o seu nome evocado pela torcida.
Depois do gol de empate do Cruzeiro, que saiu aos 18 minutos, em uma cabeçada de Thiago Neves, após cruzamento de Egídio, o torcedor viveu um momento engraçado no Gigante da Pampulha.
O grito de “Raniel, Raniel, Raniel” vindo das arquibancadas fez Mano Menezes gesticular aos torcedores na tentativa de avisar que o garoto não estava no banco. Um lance diferente durante a etapa complementar.