O Talibã disparou dois mísseis nesta terça-feira (21) em direção ao palácio presidencial, em Cabul, enquanto o presidente afegão fazia seu discurso por ocasião da festividade muçulmana de Eid al-Adha. Não há relatos de feridos. Em resposta, helicópteros bombardearam a casa de onde foguetes foram supostamente lançados.
O primeiro míssil caiu perto do prédio da presidência, enquanto o segundo atingiu uma área próxima de um complexo da Otan e da Embaixada dos Estados Unidos, afirmou o policial Jan Agha, de acordo com a Associated Press.
O barulho dos disparos foi ouvido na transmissão ao vivo do discurso do presidente Ashraf Ghani. “Se acham que esta nação se curvará em relação ao ataque de mísseis, estão equivocados. Esta é uma nação valente, firme e sempre defenderá sua soberania, independência e os valores islâmicos”, afirmou o presidente afegão logo depois.
O porta-voz da polícia de Cabul, Hashmat Stanekzia, disse que a polícia afegã havia notado um veículo suspeito na manhã de terça-feira e o seguiu até uma casa de barro perto da mesquita Eid Gah, onde centenas de pessoas se reuniram para fazer suas orações de Eid al-Adha.
As autoridades acreditam que os suspeitos tenham lançado os mísseis a partir dessa casa. Um helicóptero foi chamado e bombardeou o local, destruindo também o veículo.
Cessar-fogo
O Talibã lançou uma onda de ataques em várias partes do país nas últimas semanas em Ghazni, Baghlan e Cabul.
No fim de semana, o presidente afegão, Ashraf Ghani, propôs um cessar-fogo de três meses com os talibãs, sob a condição de que eles também interrompessem os combates após um recente aumento da violência no país. A proposta do governo afegão previa que a trégua começaria nesta semana.
Porém, na segunda-feira (20), dois comandantes do Talibã afirmaram que o seu líder supremo, o xeique Haibatullah Akhunzada, não aceitou a oferta, alegando que só ajudaria a missão liderada pelos norte-americanos no país.
Na segunda, extremistas detiveram três ônibus em uma estrada em Kunduz, no norte do país, e fizeram pelo menos 170 reféns, incluindo mulheres e crianças. Uma missão de resgate do governo libertou 149 pessoas, de acordo com a Associated Press.