Pesquisa Datafolha divulgada nesta sexta-feira (19) traçou a opinião dos brasileiros sobre chances de haver uma nova ditadura no Brasil, opiniões sobre as realizações do regime e ainda sobre o direito de ação do governo em relação a oito temas.[pro_ad_display_adzone id=”44899″ align=”right”]
Na primeira pergunta sobre o tema, o Datafolha perguntou: “Atualmente, você acha que há alguma chance de haver uma nova ditadura no Brasil?”.
As respostas foram:
- Sim, há muita chance – 31%
- Sim, um pouco de chance – 19%
- Nenhuma chance – 42%
- Não sabe – 8%
De acordo com o instituto, o índice de eleitores que declararam haver alguma chance cresceu 11 pontos em comparação com a pesquisa de fevereiro de 2014. Os que respondiam que “há muita chance” passou de 15% para 31%, e os que diziam haver “um pouco de chance” passou de 24% para 19%.
Já, o índice de eleitores que declararam não haver nenhuma chance de uma nova ditadura no país recuou de 51% para 42% e 8% não opinaram (era 10%).
Sexo, renda e eleitores
No detalhamento por segmentos, a pesquisa mostra que os maiores percentuais de quem afirmou que não há “nenhuma chance” está entre os homens e as pessoas com renda acima de 5 salários mínimos. A percepção de que há “alguma chance” de uma nova ditadura no país é mais alta entre as mulheres.
Masculino
- Sim, há muita chance – 27%
- Sim, um pouco de chance – 18%
- Nenhuma chance – 50%
- Não sabe – 5%
Feminino
- Sim, há muita chance – 34%
- Sim, um pouco de chance – 21%
- Nenhuma chance – 34%
- Não sabe – 11%
Renda – mais de 10 salários mínimos
- Sim, há muita chance – 22%
- Sim, um pouco de chance – 16%
- Nenhuma chance – 60%
- Não sabe – 2%
Renda – mais de 5 a 10 salários mínimos
- Sim, há muita chance – 23%
- Sim, um pouco de chance – 15%
- Nenhuma chance – 60%
- Não sabe – 2%
Renda – mais de 2 a 5 salários mínimos
- Sim, há muita chance – 29%
- Sim, um pouco de chance – 20%
- Nenhuma chance – 46%
- Não sabe – 5%
Renda – até 2 salários mínimos
- Sim, há muita chance – 36%
- Sim, um pouco de chance – 21%
- Nenhuma chance – 31%
- Não sabe – 11%
Bolsonaro e Haddad
O instituto aponta ainda que a percepção de que há “alguma chance” de uma nova ditadura é mais alta entre os eleitores de Fernando Haddad (PT), com 75%. Entre os eleitores de Jair Bolsonaro (PSL), a percepção de não haver possibilidade de uma nova ditadura no país é mais alta: 65%.
Entre os eleitores de Jair Bolsonaro
- Sim, há muita chance – 13%
- Sim, um pouco de chance – 16%
- Nenhuma chance – 65%
Entre os eleitores de Fernando Haddad
- Sim, há muita chance – 53%
- Sim, um pouco de chance – 22%
- Nenhuma chance – 16%
Realizações da ditadura
O instituto também perguntou: “Pelo que você sabe ou ouviu dizer, a ditadura militar que governou o país de 1964 a 1985 deixou mais realizações positivas do que realizações negativas para o Brasil ou deixou mais realizações negativas do que realizações positivas para o Brasil?”.
As respostas foram:
- Deixou mais realizações positivas do que realizações negativas – 32%
- Deixou mais realizações negativas do que realizações positivas – 51%
- Não sabe – 17%
No detalhamento por segmentos, a pesquisa aponta que que na região Sul está o maior percentual de eleitores que acredita que a ditadura deixou mais realizações positivas do que negativas. No Nordeste, o maior percentual dos que apontam mais realizações negativas.
Sul
- Deixou mais realizações positivas do que realizações negativas – 41%
- Deixou mais realizações negativas do que realizações positivas – 37%
- Não sabe – 22%
Nordeste
- Deixou mais realizações positivas do que realizações negativas – 24%
- Deixou mais realizações negativas do que realizações positivas – 58%
- Não sabe – 18%
Direito de ação do governo sobre 8 temas
A pesquisa também questionou: “Vou ler algumas frases e gostaria que você dissesse de cada uma se você concorda ou discorda que o governo brasileiro deva ter o direito de:”
Proibir greves
- CONCORDA – 24%
- Concorda totalmente – 14%
- Concorda em parte – 10%
- NEM CONCORDA NEM DISCORDA – 2%
- DISCORDA – 72%
- Discorda em parte – 15%
- Discorda totalmente – 57%
- NÃO SABE – 2%
Intervir nos sindicatos?
- CONCORDA – 41%
- Concorda totalmente – 24%
- Concorda em parte – 17%
- NEM CONCORDA NEM DISCORDA – 2%
- DISCORDA – 51%
- Discorda em parte – 14%
- Discorda totalmente – 37%
- NÃO SABE – 6%
Proibir a existência de algum partido?
- CONCORDA – 33%
- Concorda totalmente – 21%
- Concorda em parte – 11%
- NEM CONCORDA NEM DISCORDA – 2%
- DISCORDA – 61%
- Discorda em parte – 14%
- Discorda totalmente – 47%
- NÃO SABE – 4%
Censurar jornais, TV e Rádio?
- CONCORDA – 23%
- Concorda totalmente – 13%
- Concorda em parte – 10%
- NEM CONCORDA NEM DISCORDA – 1%
- DISCORDA – 72%
- Discorda em parte – 11%
- Discorda totalmente – 61%
- NÃO SABE – 4%
Fechar o Congresso Nacional?
- CONCORDA – 21%
- Concorda totalmente – 14%
- Concorda em parte – 8%
- NEM CONCORDA NEM DISCORDA – 2%
- DISCORDA – 71%
- Discorda em parte – 17%
- Discorda totalmente – 54%
- NÃO SABE – 6%
Prender suspeitos sem a autorização da Justiça?
- CONCORDA – 32%
- Concorda totalmente – 21%
- Concorda em parte – 11%
- NEM CONCORDA NEM DISCORDA – 1%
- DISCORDA – 65%
- Discorda em parte – 15%
- Discorda totalmente – 50%
- NÃO SABE – 3%
Torturar suspeitos para tentar obter confissões ou informações?
- CONCORDA – 16%
- Concorda totalmente – 10%
- Concorda em parte – 7%
- NEM CONCORDA NEM DISCORDA – 1%
- DISCORDA – 80%
- Discorda em parte – 11%
- Discorda totalmente – 68%
- NÃO SABE – 3%
- CONCORDA – 43%
- Concorda totalmente – 24%
- Concorda em parte – 18%
- NEM CONCORDA NEM DISCORDA – 1%
- DISCORDA – 52%
- Discorda em parte – 11%
- Discorda totalmente – 42%
- NÃO SABE – 4%
Sobre a pesquisa
- Margem de erro: 2 pontos percentuais para mais ou para menos
- Entrevistados: 9.137 eleitores em 341 municípios
- Quando a pesquisa foi feita: 17 e 18 de outubro
- Registro no TSE: BR-07528/2018
- Contratantes da pesquisa: TV Globo e “Folha de S.Paulo”
- O nível de confiança da pesquisa é de 95%. Isso quer dizer que há uma probabilidade de 95% de os resultados retratarem a realidade, considerando a margem de erro, que é de 2 pontos, para mais ou para menos.