Na próxima terça-feira, dia 6 de novembro, os eleitores americanos irão às urnas para as eleições de meio de mandato, nas quais irão definir uma nova Câmara, um terço do Senado e mais de 75% de seus governadores.
As “midterms” têm este nome porque acontecem, a cada quatro anos, sempre no meio do mandato de um presidente. E, embora costumem receber menos atenção da mídia e dos eleitores, são muito importantes porque podem alterar o peso da influência de cada partido.
Em alguns estados a votação foi aberta em 21 de setembro – leis estaduais permitiram, por exemplo, que cidadãos de Minnesota e Dakota do Sul começassem a votar naquele dia, 46 antes da eleição oficial. Nova Jersey, Missouri, Califórnia, Montana e Arizona também estão entre os estados que permitem votação antecipada.[pro_ad_display_adzone id=”44899″ align=”right”]
No momento, o Partido Republicano, mesmo de Donald Trump, tem vantagem em todas as frentes. São dele os governadores de 33 dos 50 estados do país (além de dois territórios), 51 dos 100 senadores e 235 dos 435 deputados.
Os democratas governam 16 estados (e dois territórios), ocupam 49 cadeiras no Senado e 193 na Câmara. O estado do Alasca é governado por um membro de um partido independente.
A maior chance do Partido Democrata é tentar assumir o comando na Câmara de Representantes, onde todas as cadeiras serão disputadas. No Senado, embora a diferença seja menor, a virada fica muito mais difícil porque a grande maioria das vagas que estão em disputa já são ocupadas por democratas. Além de manter todas, o partido ainda precisa lutar para vencer as poucas atualmente republicanas em jogo.
Entenda a seguir o que está sendo disputado em cada categoria das “midterms”.
Câmara
Todas as 435 cadeiras da Câmara dos EUA estão em disputa nesta eleição. Para obter a maioria, um partido precisa conquistar pelo menos 218 delas.
A Câmara tem ainda seis assentos sem direito a voto, que são o representante do distrito federal de Washington D.C., o comissário residente de Porto Rico e um delegado para cada um dos quatro seguintes territórios: Samoa Americana, Guam, Ilhas Marianas do Norte e Ilhas Virgens Americanas.
Atualmente, a maioria da Câmara é do Partido Republicano, que controla 235 cadeiras, enquanto o Partido Democrata ocupa 193. Há ainda sete posições vagas. Para reverter o quadro e conquistar a maioria, os democratas precisam ganhar mais 24 assentos além dos que já possuem.
Se a tendência histórica se mantiver, os democratas podem obter um resultado positivo. Em geral, o partido do presidente costuma perder cadeiras nas eleições de meio de mandato.
Nas 21 eleições do tipo realizadas desde 1934, apenas duas vezes o partido do presidente ganhou assentos no Senado e na Câmara, nos governos de Roosevelt e George W. Bush. Em outras três ocasiões, o partido do presidente ganhou cadeiras apenas na Câmara e uma vez houve empate. Em uma ocasião, o partido do presidente ganhou cadeiras só no Senado. As piores perdas nas “midterms” tendem a ocorrer no primeiro mandato de um presidente.
Por outro lado, os democratas precisam ampliar sua vantagem em 24 cadeiras, um crescimento que só conseguiram alcançar duas vezes nos últimos 50 anos, em 1974 e 2006, e que seus adversários atingiram três vezes no mesmo período. A última delas foi em 2010, justamente no primeiro ano do primeiro mandato de Barack Obama.
Mas há ainda outro fator que pode ajudar o Partido Democrata. Os números mostram que americanos costumam favorecer a reeleição ao voto em novos candidatos. Mas, em 2018, nada menos do que 39 deputados republicanos – a maioria anti-Trump – anunciaram suas aposentadorias, abrindo lugares para novatos de qualquer que seja o partido.
Distribuição
A Câmara dos EUA tem 435 cadeiras desde 1912. Naquele ano, de acordo com o senso em vigor, de 1900, cada deputado representava 193.167 americanos. Atualmente, segundo o censo de 2010, cada congressista representa 709.760 pessoas.
Cada um dos 50 estados americanos tem uma vaga na Câmara garantida. As 385 restantes são distribuídas através do método Huntington-Hill, uma fórmula matemática que atribui prioridade aos estados com maiores populações, mas redistribui alguns assentos periodicamente para que nenhum seja prejudicado.
Senado
Cada um dos 50 estados tem direito a duas vagas no Senado, independentemente do tamanho de sua população ou sua representação na Câmara. Os senadores têm um mandato de seis anos, e os que forem eleitos agora cumprirão os seus entre 03 de janeiro de 2019 e 03 de janeiro de 2025.
Este ano, haverá eleições para 35 das 100 cadeiras: 33 vagas comuns e duas em eleições especiais, realizadas para preencher vagas que surgem durante os intervalos entre uma eleição comum e outra.
No caso de 2018, isso irá acontecer com as segundas cadeiras de Minnesota, onde o democrata Al Franken renunciou após denúncias de assédio, e Mississippi, onde o republicano Thad Cochran se afastou por problemas de saúde.
O Senado hoje tem 51 republicanos e 49 democratas. As vagas em disputa são atualmente ocupadas por 9 republicanos, 24 democratas e 2 independentes que votam com os democratas.
Os republicanos podem até perder uma vaga e ainda continuar em vantagem, já que o Artigo 1 da Constituição dá ao vice-presidente o poder de votar em caso de empate – e o atual vice, Mike Pence, é republicano.
Os democratas têm que manter seus 24 + 2 e ainda ganhar outros dois. Segundo o site de análises estatísticas FiveThirtyEight, eles enfrentam em 2018 o mapa mais desfavorável que qualquer partido já enfrentou em uma eleição para o Senado.
Governos estaduais
Este ano, no dia 6 de novembro também serão eleitos governadores para 36 estados e 3 territórios. Esses estados atualmente são governados por 26 republicanos, 9 democratas e um independente. Nos territórios, estão no poder dois republicanos e um independente.
Dos 36 estados onde haverá eleição, 20 têm governadores que concorrem à reeleição, sendo 13 deles republicanos, 6 democratas e um independente.