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Na segunda-feira (5), data em que se completam três anos da tragédia de Mariana, os atingidos pelo rompimento da barragem de Fundão devem lançar carta com reivindicações. O documento, intitulado “O desastre da reparação”, relata a entidades internacionais, violações de direitos no processo de reparação, conduzido pela Fundação Renova. [pro_ad_display_adzone id=”44899″ align=”right”]
Além disso, uma comitiva formada por seis atingidos viajará a Londres para distribuir a versão da carta-denúncia em inglês a parlamentares, organizações não governamentais, jornalistas e acionistas da BHP Billiton, uma das proprietárias da Samarco, junto com a Vale.
Com cerca de 30 páginas, o documento – sob embargo até a divulgação na segunda-feira – trata da morosidade nos reparos, do não pagamento das multas, da falta de participação dos atingidos nos processos de decisão, da insuficiência das indenizações, entre outros pontos.
Os atingidos contam, na ação, com o apoio do Centro de Informação sobre Empresas e Direitos Humanos, da Cáritas Brasileira Regional Minas Gerais e com a Fundação Ford.
Em nota, a assessoria de imprensa da Fundação Renova diz que “assim que receber a carta, poderá se manifestar com mais profundidade sobre as reivindicações”.
Relembre
Em 5 de novembro de 2015, o rompimento da barragem de Fundão, de propriedade da Samarco – pertencente à Vale e à BHP Billiton – deixou 19 mortos e o Rio Doce contaminado por rejeitos da mineração ao longo de 826 km e 39 cidades de Minas Gerais e do Espírito Santo.
Por conta do desastre, quase 30% dos atingidos sofrem de depressão (percentual cinco vezes maior do que a média brasileira), de acordo com dados da UFMG. Entre crianças e jovens, o número sobe para 39%.
Além disso, 82% das crianças sofre de transtorno de estresse pós traumático. O valor é próximo às estimativas de vítimas de um desastre nuclear, que chegam a 88%.