ANSA BRASIL
O presidente eleito, Jair Bolsonaro, reuniu-se na manhã desta segunda-feira (5) com o embaixador da Itália no Brasil, Antonio Bernardini, com quem discutiu temas como parcerias estratégicas, investimentos e a extradição de Cesare Battisti.[pro_ad_display_adzone id=”44899″ align=”right”]
Em entrevista à ANSA, Bernardini contou que entregou a Bolsonaro cartas do presidente da Itália, Sergio Mattarella, e do primeiro-ministro Giuseppe Conte parabenizando-o pela eleição. “Conversamos sobre a possibilidade de aumentar as parcerias em áreas estratégicas e vamos esperar a concretização do programa econômico da nova equipe de governo. Há um forte interesse das empresas italianas presentes no Brasil”, disse Bernardini. Segundo o embaixador, a extradição do italiano Cesare Battisti também foi discutida no encontro. “Bolsonaro tem a mesma posição do governo italiano e é favorável à extradição”, contou.
Battisti, ex-militante do grupo Proletários Armados pelo Comunismo PAC), foi condenado à prisão perpétua na Itália por assassinatos cometidos na década de 1970. Foragido, foi encontrado no Brasil, onde recebeu asilo do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva.
O governo de Michel Temer já autorizou sua extradição à Itália e aguarda apenas uma decisão do Supremo Tribunal Federal sobre se um presidente pode revogar a decisão tomada por um antecessor. Durante a campanha eleitoral, Bolsonaro sinalizou que era favorável à extradição e prometeu “entregar” Battisti à Itália.
Por sua vez, o ministro italiano do Interior e vice-premier, Matteo Salvini, de tendência à extrema-direita, tece elogios ao futuro presidente do Brasil e comemorou sua eleição. “No Brasil, os cidadãos expulsaram a esquerda!”, escreveu em sua conta do Twitter.
No encontro de hoje, o embaixador também elogiou a indicação do juiz Sergio Moro a ministro da Justiça, relembrando o magistrado italiano Giovanni Falcone, um dos líderes do combate à Cosa Nostra nos anos 1990. Antes de ser assassinado pela própria máfia, Falcone largara a carreira de juiz para assumir um cargo no governo.
“Nós nos colocamos à disposição do governo Bolsonaro diante da nossa experiência no combate à corrupção”, disse Bernardini. O diplomata foi recebido na casa de Bolsonaro no Rio de Janeiro, onde o político do PSL realiza reuniões de transição do governo, que toma posse em 1 de janeiro de 2019. O embaixador italiano estava acompanhado do cônsul-geral em São Paulo, Filippo La Rosa, e do cônsul-geral no Rio de Janeiro, Paolo Miraglia Del Giudice.
“É um privilégio estar entre os primeiros a serem recebidos por Bolsonaro” comentou. Desde que foi eleito, em 28 de outubro, quando venceu o candidato Fernando Haddad (PT) com 55% dos votos válidos, Bolsonaro já se reuniu com o embaixador dos Estados Unidos e da China.