Três fósseis preservados de uma nova espécie de dinossauro vegetariano foram encontrados em Agudo, no Rio Grande do Sul.
As ossadas foram analisadas por Rodrigo Temp Müller e Sérgio Dias da Silva, ambos da Universidade Federal de Santa Maria, e por Max Cardoso Langer, da Universidade de São Paulo de Ribeirão Preto.
Estima-se que ele tenha vivido há 225 milhões de anos, antes do surgimento de dinossauros gigantes.[pro_ad_display_adzone id=”44899″ align=”right”]
Segundo os paleontólogos, o novo dinossauro é o mais antigo Sauropodomorpha já conhecido. Ele tinha duas patas e sua anatomia dentária aponta que era herbívoro, alimentando-se de samambaias e gimnospermas.
O animal teria pescoço longo e atingia até 3,5 metros de comprimento.
As vértebras cervicais indicam que o pescoço da espécie foi alongando com o tempo, em um processo chamado “girafização”, facilitando o alcance de folhas cada vez mais altas.
Isso teria acontecido entre 233 e 225 milhões de anos atrás, conforme indica a datação de rochas gaúchas onde estavam os esqueletos.
“Os dinossauros Sauropodomorpha aumentaram seu tamanho em uma proporção de 230% e seu pescoço longo típico também cresceu, tornando-se duas vezes maior”, detalhou a pesquisa.
Animal sociável
O dinossauro tinha um crânio pequeno, medindo metade do tamanho de seu fêmur. Para os paleontólogos, isso é resultado do “crescimento alométrico”, quando as partes do corpo mudam de tamanho e seguem proporções distintos.
O estudo também indica que o bicho era sociável, optando por viver em grupos. Uma das justificativas é que os três fósseis foram encontrados juntos.
O animal foi chamado de Macrocollum itaquii – em grego, “makrôs” significa grande, e “collum” quer dizer “pescoço” em latim.
O bicho é parente distante dos Saurópodes – dinossauros de pescoço longo que tinham quatro patas.
Os pesquisadores encontraram os esqueletos do Macrocollum quase completos. Com isso, esperam estudar como os Saurópodes cresceram tanto.
“A nova espécie permite a definição de um conjunto de alterações anatômicas que moldaram a evolução do Sauropodomorpha”, descreveu a pesquisa, publicada na revista Biology Letters.