Promotores no Japão acusaram formalmente, nesta segunda-feira (10) Carlos Ghosn, ex-presidente do conselho consultivo da Nissan, por burlar a lei de instrumentos financeiros ao fazer declarações falsas nos relatórios financeiros da montadora. As informações são da agência de notícias Kyodo.
A acusação vem 3 semanas depois de Ghosn ter sido preso por suspeitas de ter omitido parte de seu salário nos relatórios financeiros que a Nissan apresentou a reguladores durante 5 anos. Supostamente, Ghosn teria deixado de declarar US$ 44,5 milhões nesse período.
Greg Kelly, diretor da Nissan que foi preso juntamente de Ghosn, também foi acusado sob as mesmas alegações, por violação da lei de instrumentos financeiros japonesa. Kelly é suspeito de ter conspirado com Ghosn para omitir ganhos do executivo das autoridades no país.
Os dois podem receber novos mandados de prisão nesta segunda-feira, o que prorrogaria a prisão dos executivos até o dia 30 de dezembro.
A Nissan também foi acusada formalmente pelas autoridades, também por violações financeiras. Os promotores decidiram que a montadora deveria ser responder por ter divulgado e submetido aos reguladores japoneses os relatórios que supostamente continham inconsistências na remuneração de Ghosn.
Ghosn, Kelly e a Nissan enfrentam uma promotoria forte no Japão, país onde 99% das acusações formais são convertidas em condenações, segundo a publicação Nikkei.