O resgate do menino de 2 anos preso desde domingo no fundo de um poço em Totalán, no sul da Espanha, não será resolvido em horas, mas em “questão de dias”, informou nesta quinta-feira (17) a Faculdade de Engenharia de Minas do Sul.
Julen desapareceu durante um passeio com a família. O pai dele, José Roselló, disse às autoridades que viu o instante em que o menino caiu. Agora, a família está “se agarrando à esperança de que ele não esteja morto”, afirmou Roselló à imprensa local.
As equipes de resgate trabalham contra o relógio para tentar localizar o menino, com a esperança que ainda esteja vivo, apesar das dificuldades pelas condições do terreno e do próprio poço, uma prospecção de água de 25 centímetros de largura e 110 metros de profundidade. O buraco não tem nenhum revestimento nas paredes, e a umidade do terreno provoca deslizamento de terra.
Ángel García, da Faculdade de Engenharia de Caminhos de Málaga, afirmou que no poço há ventilação e pode haver uma cavidade com ar a partir da terra encontrada na exploração do duto.
Na quinta-feira, a equipe de resgate decidiu ampliar a possibilidade de fazer dois túneis verticais, em ambos os lados do poço, e não apenas um.
Os responsáveis dizem estar trabalhando “incansavelmente”. Segundo a BBC, foi necessário construir uma plataforma para permitir que máquinas nivelassem o solo antes de começar a escavação.
Equipes especializadas em minas foram chamadas do norte da Espanha e também há um grupo sueco ajudando na operação. Eles participaram do resgate de mineiros de uma caverna no Chile, em 2010. A função do grupo era localizar o ponto exato onde eles estavam.
O representante da Faculdade de Engenharia de Minas do Sul em Málaga, Juan López-Escobar, afirmou à imprensa que não conhece uma situação “tão no limite” como esta. Ele lembrou de um caso dos Estados Unidos, onde uma criança caiu em um poço de sete metros e o resgate demorou mais de 70 horas.
De acordo com o “El País”, que ouviu vizinhos dos pais de Julen, o casal passou por outra tragédia há menos de dois anos com a morte de seu primeiro filho, Óliver. A criança tinha apenas três anos quando teve um infarto súbito ao passear com os pais em uma praia.