O anúncio do presidente da mineradora Vale, Fabio Schvartsman, feito nesta terça-feira (29/01), de que a empresa vai acabar com dez barragens causou grande preocupação, em especial nos trabalhadores da empresa Vale em Itabira.[pro_ad_display_adzone id=”44899″ align=”right”]
Pelas redes sociais, André Viana, presidente do Metabase Itabira, explicou que Itabira não terá suas unidades paralisadas. O sindicalista afirmou que as barragens que se romperam em Mariana e Brumadinho, em 2015 e na semana passada, provocando dezenas de mortes, foram erguidas com a mesma técnica, considerada obsoleta e de maior risco por especialistas.
Ainda de acordo com Viana, no modelo de alteamento à montante, mais econômico, a construção de novas etapas da barragem é feita sobre os rejeitos depositados, na parte interna da estrutura. “É o formato mais comum de depósitos de rejeitos na mineração”, ressaltou.
Em Itabira, ainda segundo o sindicalista, “as barragens não possuem essa técnica”. A empresa Vale confirmou a utilização dessa técnica por meio de nota.“ Para a realização das obras de descomissionamento das barragens a montante com segurança e agilidade, a Vale paralisará temporariamente a produção das unidades onde as estruturas estão localizadas, a saber: as operações de Abóboras, Vargem Grande, Capitão do Mato e Tamanduá, no complexo Vargem Grande, e as operações de Jangada, Fábrica, Segredo, João Pereira e Alto Bandeira, no complexo Paraopebas, incluindo também a paralisação das plantas de pelotização de Fábrica e Vargem Grande. As operações nas unidades paralisadas serão retomadas à medida que forem concluídos os descomissionamentos…” diz a nota.
Em Brasília, o presidente da Vale, afirmou que descomissionar significa preparar a barragem para que ela seja integrada à natureza. “A decisão da companhia é que não podemos mais conviver com esse tipo de barragem. Tomamos com a decisão de acabar com todas as barragens a montante”, disse o executivo.