Mesmo que nenhuma entidade representativa tenha convocado uma nova greve dos caminhoneiros, existe a possibilidade que haja paralisações pontuais a partir deste sábado (30) pelas rodovias do país. De acordo com José Natan, presidente do Sindicato Interestadual dos Caminhoneiros, as mensagens trocadas em grupos de WhatsApp indicam que há um clima favorável para uma paralisação, mesmo que de forma espontânea.
Segundo ele, a categoria tem várias pautas para reivindicar. “O frete ficou muito barato e a economia está muito parada. O pedágio está muito alto e tem gente reclamando que diminuiu o transporte de minério, depois da tragédia em Brumadinho”, afirma José Natan, garantindo que o sindicato não tem qualquer envolvimento com uma paralisação neste momento.
Segundo ele, outro problema para os trabalhadores foi o aumento da concorrência. “Depois da greve dos caminhoneiros do ano passado, teve a criação da tabela do frete e logo deu lucro. Teve gente, então, que comprou caminhões. Mas, o frete abaixou e agora tem mais gente com caminhão”, explica.
Wallace Landim, o Chorão, presidente das associações Abrava e BrasCoop, afirma que o movimento pela paralisação perdeu força nos últimos dias. O líder dos caminhoneiros tem se reunido com ministros do governo federal para apresentar as principais pautas da categoria – mais rigor na cobrança de fretes pagos pelos donos da carga, reajuste mensal do preço do óleo diesel e construção das paradas para descanso dos motoristas. Ele assegura que essas associações representativas vão esperar por uma resposta do governo antes de definir se farão uma paralisação.
“É preciso reconhecer que o governo está mobilizado para nos atender. Por isso, acho que uma paralisação neste momento não ajuda em nada. O presidente Bolsonaro, me disseram ministros, deve anunciar um posicionamento para nós nesta semana. Nós apoiamos a eleição do presidente, então é preciso aguardar um pouco”, disse Landim.