A Jeep lança no Brasil a nova geração do Wrangler, fabricado nos Estados Unidos. Herdeiro do jipe Willys MB de 1941, de origem militar, é claro que as mudanças dessa geração JL foram pontuais, preservando suas formas icônicas. A linha de cintura mais baixa permite janelas maiores, melhorando a visibilidade. Como no CJ-5, fabricado no Brasil de 1957 a 1982, a grade de sete fendas é “invadida” pelos faróis circulares em suas extremidades. A parte superior da grade e o para-brisa ficaram mais inclinados, favorecendo a aerodinâmica. Faróis e lanternas são de LED. O trabalho de redução de peso – com uso de alumínio nas portas, capô, para-lamas dianteiros, tampa traseira, sistema de direção e suporte do motor – resultou na perda de até 100 quilos.
Diferenciais bacanas como portas e capotas removíveis e para-brisa rebatível foram aperfeiçoados para tornar mais fácil seu manuseio. As dobradiças das portas agora trazem a especificação da ferramenta necessária para remover os parafusos. A capota pode ter cada uma de suas três peças removidas individualmente. A nova barra transversal que liga as colunas A agora permanece no lugar quando o para-brisa e rebatido, preservando o retrovisor interno. A própria ação de dobrar o para-brisa foi facilitada com a introdução de apenas quatro parafusos de fixação.
DENTRO No interior, destaque para o sistema multimídia Uconnect com tela tátil de 8,4 polegadas, navegação GPS e conectividade com os sistemas Apple Car Play e Android Auto. Para atender o lado “lameiro” do jipe, o sistema traz as Off-Road Pages, que traz informações como os graus de inclinação lateral e longitudinal do veículo, o modo de tração selecionado, o grau de esterço da direção, as coordenadas geográficas, entre outras. Já o painel de instrumentos traz ao centro uma tela colorida de 7 polegadas configurável. O interior é todo lavável, incluindo pontos de drenagem, para que os aventureiros possam afundar o pé na lama sem dor.
SOB O CAPÔ O novo motor é um 2.0 de quatro cilindros a gasolina, com turbo e injeção direta de combustível, que oferece 272cv de potência a 5.250rpm e 40,8kgfm de torque a 3.000rpm, que substitui com vantagem o antigo V6. O câmbio é automático de 8 marchas. A tração pode ser 4×2 (traseira), 4×4 ou 4×4 reduzida, operada a partir de uma alavanca, tendo como novidade também o modo 4×4 automático, que permite variar a distribuição da força entre os eixos conforme a necessidade. A suspensão é robusta, tipo eixo rígido. A direção tem assistência eletro-hidráulica. Os freios são a disco nas quatro rodas.
DOIS No Brasil o modelo já está disponível nas concessionárias da marca na versão Sahara, com carrocerias de duas portas (com 4,32 metros de comprimento, 2,46m de entre-eixos e massa de 1.819 quilos) e quatro portas (comprimento de 4,78m, entre-eixos de 3m e massa de 1.987 quilos). O Wrangler de duas portas (R$ 259.990) tem comprimento e entre-eixos menores, o que dá mais agilidade tanto na cidade quanto nas trilhas. Porém, esta carroceria quase não oferece porta-malas (apenas 203 litros declarados, ou nem isso) e não guarda muito conforto no banco traseiro. Se for carregar apenas dois ocupantes, é possível rebater o banco traseiro e abrir espaço para bagagem. O Wrangler de quatro portas (R$ 274.990) oferece mais espaço para as malas (são 548 litros declarados) e os passageiros, além de contar com a mesma capacidade fora de estrada.
No pacote de equipamentos de série, destaque para os itens de segurança: airbags frontais e laterais, controles de tração, estabilidade e oscilação da carroceria, assistente de partida em rampa, assistente de descida, monitoramento de pontos cegos, pontos Isofix para fixação de assentos infantis, monitoramento de pressão dos pneus, nivelamento automático dos faróis, câmera e sensores traseiros de estacionamento, além de sistema de entrada e partida sem chave, ar-condicionado digital, bancos revestidos em couro, faróis e lanternas de neblina e rodas de 18 polegadas.
RUBICON No segundo semestre é a versão Rubicon que desembarca por aqui. Todo Wrangler já traz de série o selo Trail Rated, concedido pela Jeep por atender exigências que comprovem o seu potencial off-road em quesitos como tração, altura em relação ao solo, articulação, manobrabilidade e capacidade de submersão. Porém, o Rubicon traz diferenciais que o tornam ainda mais preparado para o fora de estrada, como o sistema de tração Rock-Trac 4×4, com eixos Dana 44 de alto desempenho. Outros recursos exclusivos da versão são diferenciais de bloqueio eletrônico, barra estabilizadora dianteira com desconexão eletrônica, suspensão 5 centímetros mais alta, pneus lameiros BF Goodrich de 33 polegadas e mais proteção sob a carroceria.
NA TRILHA Nosso contato com o modelo foi em circuito off-road fechado. Ao volante do Wrangler de duas portas foi possível comprovar a eficiência do sistema de tração, o bom torque do motor e ângulos de entrada e saída ao vencer com facilidades obstáculos com grau médio de dificuldade, como subidas íngremes, lama e barrancos. As suspensões surpreenderam pelo conforto, em se tratando de um jipe.