Uma onda de calor atinge a Europa com temperaturas que chegam a 40 graus. Entre as áreas mais afetadas estão a Espanha, a França e países da Europa central. A massa de ar quente, procedente do Norte da África, provoca o calor. Apesar de ser verão, essas temperaturas são incomuns nesta época.
A onda de calor atingiu fortemente, na quarta-feira (26/06), a Alemanha, a Polônia e a República Tcheca, que registraram temperaturas recordes para o mês de junho.
Devido a uma tempestade sobre o Oceano Atlântico, a altas pressões sobre a Europa central e o leste e à massa de ar quente norte-africana, esses países são os mais afetados.
Coschen, em Brandemburgo, chegou a 38,6 graus. Radzyn, na Polônia, atingiu 38,2. E em Doksany, na República Tcheca, os termômetros marcaram 38,9 graus, recordes para o mês de junho.
A França também é atingida. São esperadas temperaturas em torno de 40 graus em cidades como Paris e Lyon – grandes aglomerados urbanos que são mais vulneráveis às temperaturas elevadas.
O alerta laranja foi lançado, e o perigo faz recordar a onda de calor que assolou o país em 2003, levando à morte 15 mil pessoas.
As cidades estão se preparando para enfrentar as elevadas temperaturas. Paris e Lyon restringiram o trânsito, numa tentativa de reduzir os efeitos da poluição. Há associações em Toulouse que oferecem água aos desabrigados. Algumas escolas francesas suspenderam as aulas e exames importantes foram adiados.
Na Suíça, nem os Alpes escaparam, com temperaturas superiores a 30 graus.
No nordeste da Espanha, as temperaturas poderão atingir 45 graus nesta sexta-feira (28), o que levou as autoridades locais a alertar para o “risco elevado” de incêndios florestais.
Em Portugal, a “influência marítima” de uma depressão atmosférica no Oceano Atlântico fez com que o ar ficasse mais úmido e menos quente”, disse Ilda Novo, do Instituto Português do Mar e da Atmosfera. A chuva e as temperaturas amenas, no entanto, serão substituídas pelo calor a partir do fim de semana, que chegará ao interior com mais força – Beja, com 38 graus, e Évora, com 37.
Crise climática
Embora eventos extremos como esse possam ocorrer naturalmente, especialistas afirmam que as ondas de calor ocorrerão mais frequentemente por causa da crise climática, levantando preocupações sobre a estabilidade do clima.
Segundo Stefan Rahmstorf, professor da Universidade de Potsdam, desde 1500 os cinco verões mais quentes registrados na Europa ocorreram no século 21, em consequência do aumento da temperatura média da Terra.
Rahmstorf disse ainda que as ondas de calor são resultado do aumento das emissões de gases de efeito estufa.