Agentes de segurança do Complexo Penitenciário Nelson Hungria (CPNH), localizado na Região Metropolitana de Belo Horizonte, concluíram o curso de Operador de Aeronaves Remotamente Pilotadas, oferecido pelo Comando de Aviação do Estado, da Polícia Militar de Minas Gerais (PMMG). Na capacitação o sistema prisional teve quatros agentes de segurança penitenciários formados, que agora estão aptos a operar um equipamento que irá reforçar a segurança de um dos complexos penitenciários mais importantes do estado. A expectativa é que mais turmas sejam formadas e que o trabalho desenvolvido no CPNH seja replicado para demais unidades prisionais.
A formação foi realizada durante 21 dias, divididos em duas etapas, sendo a primeira parte realizada a distância e a segunda, presencial, com carga horária de 49h/aula. Os agentes de segurança penitenciários estão habilitados a operar o drone que foi doado à unidade prisional pela Vara de Execuções Penais de Contagem.
O voo inaugural sobre o CPNH foi realizado na última quinta-feira (1/8). Agora, os monitoramentos aéreos que irão complementar as ações de segurança terrestres poderão ser realizados tanto no período diurno quanto noturno, já que o equipamento permite as filmagens com ausência de iluminação e podem ser acompanhadas em tempo real por meio de um tablet ou celular.
A câmera do drone possui sensores que conseguem captar assinaturas de calor, ou seja, criar uma representação visível da temperatura de um objeto ou pessoa, mesmo à distância. Essa característica do equipamento, aliada às patrulhas noturnas periódicas, pode identificar e inibir de forma mais eficiente as possíveis tentativas de fuga ou ameaças externas.
Alison dos Santos é um dos servidores que concluíram o curso. Ele explica que a formação é específica para atuações relacionadas à segurança pública e que a utilização do equipamento no ambiente prisional é algo inédito no Estado de Minas Gerais.
“O curso, além de muito importante, é muito interessante, pois abordou toda a legislação relacionada ao uso dessas aeronaves, bem como os riscos e as vantagens que o equipamento oferece. Ainda estamos estudando a adequação e todos os usos possíveis para o ambiente prisional, mas podemos afirmar que a monitoração aérea periódica, inclusive no período noturno, tende a proporcionar um aumento na segurança do complexo”.
Os voos são realizados sempre em equipe de, no mínimo, duas pessoas, sendo um operador e um observador, que alerta acerca de obstáculos e trajetória do drone. O agente de segurança penitenciário Charley Soares de Lima explica que, apesar de pequeno, o aparelho possui dispositivos e tecnologia capaz de identificar aeronaves no espaço aéreo local, transmitindo dados como altitude e velocidade.
“Outro dispositivo que pode ter uma utilização prática no ambiente prisional é o alto-falante que pode ser usado para efetuar comandos aos internos em uma situação de indisciplina no pátio, por exemplo”.
Concluíram o curso de Operador de Aeronaves Remotamente Pilotadas os servidores Alison Vinicius dos Santos, Alan Dias Avelino, Charley Soares de Lima e Rogerio Vital de Oliveira.