Por Agência Brasil
O ministro destacou ainda que uma das áreas no Porto de Santos e o espaço em Paranaguá haviam ido a leilão no ano passado, mas não atraíram compradores. “Isso é uma mostra que estamos conseguindo ir na direção certa”, acrescentou.
A primeira das três áreas vendidas, que compreende armazéns para sal e fertilizantes em Santos, atraiu intensa competição entre os três consórcios que disputavam o leilão. Após uma série de vários lances em viva voz, o lote foi vendido para a Hidrovias do Brasil por R$ 112,5 milhões. A oferta inicial da empresa era de R$ 65 milhões, mas teve que ser ampliada para competir com as propostas das concorrentes.
Nas duas outras áreas, uma no Porto de Santos e outra em Paranaguá, a disputa foi menor. No espaço para transporte de líquidos, como produtos químicos, etanol e derivados de petróleo, a Aba Infraestrutura acabou vencendo com um lance de R$ 35 milhões. A outra concorrente, a Empresa Brasileira de Terminais, teve a oferta desclassificada por ter diversos outros ativos na mesma parte do porto. Sendo assim, a oferta da Aba foi a única considerada válida.
Celulose
Em Paranaguá, a área para transporte de celulose foi arrematada em lance único pela Klabin. A empresa é uma grande produtora do setor no Paraná e pagou R$ 1 milhão pelo lote. “Para determinado tipos de terminal a gente tem cadeias que são extremamente verticalizadas. Aquele cara que já está fazendo o investimento na fábrica, já tem o transporte, normalmente é quem vai arrematar”, explicou o ministro sobre porque já era esperada a falta de concorrência pela área.
O governador do Paraná, Ratinho Júnior, disse que a Klabin tem um plano de mais de R$ 9 bilhões de investimento em uma nova planta de produção no estado, com a contratação de 12 mil funcionários. “Como é um polo importante, a produção de celulose é muito importante para o estado, você dando oportunidade para que um grande grupo tenha uma logística mais eficiente, isso é geração de emprego na veia”, comentou o governador a respeito do resultado do leilão.
A previsão do governo é que a Klabin faça R$ 87 milhões em investimentos na área adquirida em Paranaguá. No total, são esperados investimentos de R$ 420 milhões nos três empreendimentos.
Estradas do Paraná
O governo prepara ainda os editais para fazer novas concessões das rodovias do Paraná, cujos contratos se encerram em 2021. O número de estradas privatizadas no estado deve aumentar. “Essas rodovias do Paraná, as concessões foram feitas na década de 1990. Agora, a gente já trilhou uma curva de aprendizado, vamos trazer o que tem de melhor em modelo de concessão”, ressaltou.
Para o ministro, os novos termos de concessão deverão trazer melhorias significativas para os usuários. “Contratos que vão trazer mais investimentos e, provavelmente, me arrisco a dizer, tarifas mais baixas”, enfatizou.
Porto de Santos
Sobre a privatização do Porto de Santos, planejada pelo governo, o ministro disse que os modelos vão começar a ser testados no Espírito Santo. “A privatização de Santos, a gente ainda não conhece o modelo, vamos estudar o modelo. A gente já iniciou o estudo da privatização da Companhia Docas do Espírito Santo. Estamos fazendo isso com o BNDES [Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social]”, explicouc.
O presidente da Companhia Docas do Estado de São Paulo (Codesp), Casemiro Tércio Carvalho, disse que a empresa está se preparando para receber o capital privado. Para isso, está sendo feito um levantamento das dívidas da empresa e as áreas responsáveis por honrar o montante. Segundo ele, os maiores valores dizem respeito a dívidas trabalhistas e o déficit no Portus, previdência complementar dos funcionários da empresa.
“As ações trabalhistas, que não são poucas. Nós estamos falando de um histórico de falta de controle e zelo com o adicional de tempo de serviço, de risco”, exemplificou sobre o tipo de dívida da autoridade portuária. Ele estimou em cerca de R$ 1,5 bilhão o volume total das dívidas.
Além disso, de acordo com Carvalho, a companhia se prepara para reduzir consideravelmente o quadro de funcionários. Um programa de demissão voluntária pretende atrair 500 dos atuais 1,3 mil empregados da Docas.